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Luiz Lara

Por um novo Cenp

Conselho deve avançar nas práticas de ética comercial do mercado publicitário

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Luiz Lara

Publicitário, presidente eleito do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) e ex-presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade)

Aceitei o desafio de atualizar o Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) porque é preciso modernizar o pacto que une os agentes do mercado publicitário na busca da perpetuidade e prosperidade, de forma que continue trazendo benefícios democráticos para a sociedade.

O Cenp é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos e sem financiamento público, voltada para a ética comercial do mercado publicitário. Acredito que, com vontade coletiva de anunciantes, agências, veículos e os novos elos digitais, poderemos juntos construir uma nova governança, mais ágil e de portas abertas.

Para o Brasil, a relevância da publicidade é enorme. Todos sabemos que ela é a indústria que movimenta as outras indústrias. Em estudo recente, a consultoria Deloitte colocou números nessa certeza: cada R$ 1 investido em publicidade retorna como R$ 8 para a economia.

O publicitário Luiz Lara, novo presidente do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) - Greg Salibian - 16.dez.19/Folhapress

O Cenp foi fundado em 16 de dezembro de 1998. Desde então, muita coisa mudou, e a publicidade passou por uma aceleração exponencial. Com a transformação digital, a globalização e as mudanças de comportamento dos consumidores, novos modelos de negócios, formatos de remuneração e agentes híbridos surgiram, formando um ambiente multifacetado e complexo, onde não há mais espaço para um papel meramente fiscalizador.

Acreditamos que caiba ao Cenp emular as melhores práticas de mercado, num cenário abrangente e respeitando os interesses legítimos de cada parte, além de seguir sendo um ambiente neutro e ético, onde sempre se busca o diálogo aberto e transparente, visando a harmonização em um mercado livre, concorrencial, competitivo e meritocrático.

A renovação do Cenp, que entra agora em nova fase, mostra que o mercado deseja um fórum sintonizado com a realidade atual da publicidade, multifragmentada, hiperconectada e muito mais complexa. Temos como guia a nossa tradição de autorregulação, praticada pela publicidade brasileira desde os anos 1950, para a harmonização dos interesses comerciais e das melhores práticas.

Temos de considerar também a capilaridade do mercado, ouvindo e reconhecendo a força dos agentes regionais, valorizando os ecossistemas publicitários locais.

No centro de tudo está o interesse dos consumidores, cada vez mais conscientes, exigentes e soberanos. O respeito a eles começa de dentro para fora, na relação das marcas com seus colaboradores, parceiros, fornecedores, acionistas, instituições, poder público e sociedade civil.

O novo Cenp nasce na prática do capitalismo de valor compartilhado, no estabelecimento de relações ganha-ganha, onde prevalecem a ética e o respeito, no desafio permanente de encontrar soluções sustentáveis, dentro de uma agenda ESG ("Environmental, Social and corporate Governance").

Buscaremos ser emuladores de indicadores e KPIs ("Key Performance Indicators", ou Indicadores-Chave de Performance), estimulando práticas sustentáveis deste mercado, onde a marca é o ativo mais valioso das empresas.

Somos os protagonistas do nosso destino. Somos os responsáveis pelo legado e futuro deste mercado, além do futuro de milhares de jovens que estão adentrando o mercado de comunicação.

Vamos juntos construir essa avenida da liberdade, onde a força estratégica das grandes ideias soma-se à utilização das melhores ferramentas, à adoção das melhores métricas, à difusão das melhores práticas, à busca incansável pela evolução do nosso mercado e à valorização dos profissionais e de cada player do mercado, dando valor ao trabalho, com remuneração justa e reconhecendo os talentos, na construção de uma sociedade próspera para todos.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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