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Mercado aberto

Avanço do open banking favorece competição em um mercado ainda muito concentrado

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Uso de celular para serviço bancário - Maxim Zmeyev/Reuters

Está em curso uma importante mudança no mercado financeiro nacional, com potencial para expandir a concorrência e a inovação em benefício do consumidor.

Em 15 de dezembro teve início a quarta etapa de implantação do chamado open banking, iniciativa capitaneada pelo Banco Central para ampliar a oferta de serviços a partir do compartilhamento de dados financeiros de clientes, sob sua autorização e controle.

A nova fase estende o programa a outros serviços, como seguros, câmbio, previdência e investimentos, com a denominação mais abrangente de open finance.

A essência da medida é que os clientes, pessoas físicas e jurídicas, poderão usar suas informações financeiras —e cada vez mais outras que se mostrem relevantes— para obterem melhores ofertas.

O uso desses dados, que antes na prática era restrito ao banco de relacionamento, reduz deficiências que limitam a concessão de crédito e encarecem serviços que dependem de boa análise de risco.

Uma empresa de tecnologia aplicada a finanças poderá conhecer o histórico e avaliar mais facilmente quem é bom pagador, o que deve levar a menores taxas. Poderá também oferecer seguros e investimentos de modo mais direcionado. Deixa de ser necessário um relacionamento prévio.

A concorrência é a força fundamental. Para tanto, impõe-se um sistema seguro e que possa servir de plataforma aberta para o desenvolvimento de novas aplicações.

Daí a implantação gradual, a partir do compartilhamento padronizado de dados entre instituições, inicialmente de serviços bancários como conta corrente e cartões. Com o advento do Pix, passou a funcionar um mecanismo instantâneo de pagamentos, que rapidamente se popularizou. Agora, entram os outros serviços financeiros.

Ainda persiste o grau elevado de concentração bancária —os cinco maiores bancos detêm quase 80% dos depósitos bancários, dominância que também existe em áreas como investimentos e previdência. Nos últimos anos, entretanto, surgiram novos participantes relevantes com grande acesso a capital e tecnologia.

Tal movimento salutar deve ser ampliado. O quadro está montado para que se consolide um novo ambiente, aberto a inovação e com maior acesso da população a serviços financeiros.

A segurança da informação e boa regulação quanto a seu uso são pontos críticos, assim como a adesão dos clientes, que logo descobrirão seu novo poder —dispor de seus dados em benefício próprio.

editoriais@grupofolha.com.br

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