Agora meu povo
Uma história eu vou contar
Da maior e mais rica floresta tropical do mundo
Mata alta, grandes rios e todo tipo de bicho
Tem onça, arara, anta e tracajá
Jacaré, boto e cobra grande
Tem também o curupira,
mapinguari e a iara
Todo tipo de fauna, plantas e flores
Essa grande floresta tem seus guardiões
Paiter Suruí, Jupaú, Arara e Tupari, Oro Nao, Cinta Larga,
Karitiana e Sabane
São vários povos e línguas que não cabem nesse poema
Banho de rio
Correria de criança
Festa tradicional e
Muita dança
O povo ria e se divertia
Cuidava da roça
Bebia xixá
Sem saber o que estava por vir
Veio então o "progresso" pra essas bandas de cá
Trouxe motosserra e correntão
Trouxe o garimpo e destruição
Pra passar por cima de todo povo e toda a mata
Teve rio morrendo
Tudo virando pasto
Teve tanta queimada que até São Paulo ficou escuro
Pro povo de lá lembrar do de cá
Fizeram até projeto pra tudo acabar
PL 490, PL da grilagem e até Marco Temporal
Tem enfraquecimento das leis ambientais
E incentivo pra derrubar
Agora a Câmara passou até
projeto pra envenenar
Sem ninguém testemunhar
PL do veneno
Pra deixar mãe e filho
transgênico
Água que era cristalina virou barro
Peixe de comer tá envenenado
A caça desapareceu
Agora tudo virou gado!
Mas e todo povo que vive lá?
E a onça e a anta?
Mapinguari e Suruí?
Continuam a lutar!
Tem reflorestamento,
monitoramento e denúncia
E todo o povo indígena
Já mandou avisar
Que não arreda o pé de lá
Que a floresta é vida
Nela tem amor
Cultura e muita luta
Que não se abandona
Pode vir grileiro, madeireiro
Fazendeiro, garimpeiro
Deputado e até presidente
Que continuaremos lá
O homem branco não acredita
Mas um velho sábio me contou
Que Amazônia é vida
E seguiremos lutando
pelas nossas e pela sua!
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