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Distância menor

Datafolha mostra Bolsonaro mais perto de Lula, apesar de economia e desgoverno

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Montagem com Presidente Jair Bolsonaro e o ex Presidente Lula
Montagem com o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula - Pedro Ladeira/Folhapress/ Miguel Schincariol/AFP

A distância entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) diminuiu. É o resultado mais notável da pesquisa Datafolha sobre as intenções de voto para presidente. O mandatário também se aproximou de adversários que ainda o derrotam em um segundo turno.

O discreto avanço de Bolsonaro aparece na pesquisa de declaração de voto espontânea. Em dezembro de 2021, Lula tinha 32%, ante 30% agora; Bolsonaro, marcava 18% e subiu a 23%. A diferença entre os dois adversários caiu de 14 pontos para 7 —idêntica à que se registrava nos levantamentos de julho e de setembro do ano passado.

Na pesquisa estimulada, em que são apresentadas listas de candidatos ao entrevistado, Lula bate Bolsonaro por margem ainda considerável, 43% a 26%. Não é possível comparar as preferências de março com a da pesquisa anterior, pois o quadro de postulantes mudou.

Na pesquisa espontânea, o presidente avançou de modo similar nas categorias em que o Datafolha divide o eleitorado —renda, instrução, região, idade e sexo.

Ainda assim, na pesquisa estimulada tem mais adeptos entre homens (31%) do que mulheres (21%), menos entre eleitores com ensino fundamental ou renda inferior a dois salários mínimos (19%) ou do Nordeste (20%). Empata com Lula entre aqueles de renda de 2 a 5 salários mínimos e vence o petista no eleitorado de renda mais alta.

No segundo turno, o petista derrota o mandatário por 55% a 34%, ante o placar de 59% a 30% de dezembro. Bolsonaro ganhou 4 ou 5 pontos percentuais contra todos os seus adversários hipotéticos numa rodada final da disputa eleitoral. Todavia continua a ser rejeitado por maioria absoluta, de 55%.

É difícil explicar variações nas preferências do eleitorado, ainda mais aquelas pequenas em termos estatísticos. O presidente ganhou pontos remando contra a maré da precária situação socioeconômica.

A taxa de inflação anual continua na casa dos 10% anuais, e está viva a revolta com a alta dos combustíveis. A renda cai, pois os empregos criados pagam pouco e a carestia reduz o poder de compra.

Bolsonaro dedica-se de modo mais intenso à campanha eleitoral e política, atividade que domina seus dias desde a posse. Conta com o trunfo do novo Auxílio Brasil.

É possível ainda que tenha avançado nas intenções de voto porque no momento aparece com menos frequência no noticiário negativo, pois baixou o tom de suas declarações contra a democracia e a razão —como no caso de sua campanha infame contra as vacinas.

Seja qual for a explicação, o fato é que o candidato Bolsonaro sobrevive ao seu desgoverno.

editoriais@grupofolha.com.br

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