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Ainda sem marca

Regular para quase metade dos paulistanos, Nunes busca feito para chamar de seu

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) - Governo do Estado de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que nem sequer completou um ano de gestão, apresenta aprovação baixíssima e similar às de antecessores. Trata-se de mais uma evidência de que comandar a maior metrópole do país costuma ser um desafio inglório para os que se aventuram no cargo.

Passados 11 meses desde que assumiu após a morte de Bruno Covas (PSDB), pesquisa Datafolha mostra que Nunes é aprovado por minguados 12% dos paulistanos.

Considerada a margem de erro, seu índice se compara aos amargados por Celso Pitta (no extinto PPB, com 15%), Gilberto Kassab (hoje no PSD, com 7% ao assumir no lugar do tucano José Serra e 15% após ser reeleito) e Fernando Haddad (PT, que atingiu 18%).

Com 30% de ruim e péssimo, Nunes ao menos é considerado regular por 46% dos paulistanos aptos a votar —uma parcela superior às dos que o precederam no posto.

Vereador por dois mandatos e pouco conhecido para além da zona sul, o emedebista manteve a maioria do secretariado nomeado por Covas e o perfil discreto.

A experiência legislativa e o estilo conciliador renderam-lhe vitórias consideráveis na Câmara Municipal, como as mudanças nas regras da Previdência, a prorrogação de contratos sem licitação e a aprovação do acordo bilionário de cessão do Campo de Marte à União.

A velocidade rara para aprovar pautas espinhosas motivou críticas da oposição, que vê em curso um "tratoraço" da administração.

Se no Legislativo o caminho parece pavimentado, falta-lhe ainda uma identificação maior de seu mandato com a população. A esta altura, por exemplo, o tucano João Doria já exibia o Corujão da Saúde, para a redução de filas de consultas e exames, e Haddad traçava as faixas exclusivas de ônibus.

Nesta segunda (11), ao comentar o mau desempenho, Nunes culpou a Covid-19. "É um momento de pandemia, com aumento de pessoas em situação de rua, o que acaba dando para a população uma sensação do problema econômico que o país vive", avaliou. De fato, de 2019 a 2021 o número de sem-teto cresceu trágicos 31%. Já são 31.884 pessoas, boa parte famílias inteiras.

É justamente nessa área que o prefeito ensaia deixar a sua marca, com políticas que preveem emprego e moradias independentes. Diante do quadro desolador das ruas da cidade, Nunes terá longa e árdua tarefa para fazer desta a sua vitrine e viabilizar-se para a reeleição.

editoriais@grupofolha.com.br

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