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Datafolha apura vantagem maior de Lula ante Bolsonaro e menos espaço para 3ª via

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Montagem com Presidente Jair Bolsonaro e o ex Presidente Lula
Em montagem, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Pedro Ladeira/Folhapress e Miguel Schincariol/AFP

Pesquisa Datafolha sobre intenção de voto para presidente divulgada nesta quinta (26) traz o que parece ser a melhor explicação para os recentes rompantes de Jair Bolsonaro (PL) contra instituições democráticas: voltou a crescer a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O levantamento anterior, de março, havia trazido boas notícias para o presidente. A distância entre ele e o petista caíra pela metade na declaração espontânea, em que o entrevistado simplesmente responde em quem pretende votar.

Agora, nesse tipo de pergunta, a dianteira do ex-presidente mais que dobrou e atingiu 16 pontos percentuais, ou 38% a 22%, ante 30% a 23% dois meses atrás.

Na pesquisa estimulada, em que uma lista de candidatos é apresentada ao entrevistado, Lula registra 48%, ante 27% de Bolsonaro e 7% de Ciro Gomes (PDT), com os demais ficando no máximo em 2%.

A margem para uma terceira via parece mais estreita. Lula e Bolsonaro somam 75 pontos e deixam 25 livres para outros concorrentes —eram 31 em março.

Como se trata de um novo cenário político devido sobretudo às desistências de João Doria (PSDB) e Sergio Moro (União Brasil), não se pode fazer uma comparação direta entre esse resultado e os de levantamentos anteriores.

Mas isso não impede ninguém de notar que, considerando os votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), Lula agora marca 54%, cifra em tese suficiente para vitória num primeiro turno hoje.

Além disso, a avaliação nada animadora do governo Bolsonaro ficou estagnada com 25% de aprovação e 48% de reprovação, a despeito de todos os esforços populistas e demagógicos que o mandatário empreendeu nos últimos meses.

O percentual dos que não votariam nele de jeito nenhum continua no mesmo patamar elevado (54%), ao passo que Lula viu sua rejeição passar de 37% para 33%.

Talvez por isso, num hipotético segundo turno, o petista derrota Bolsonaro com folga maior do que na pesquisa anterior: 58% a 33% agora, 55% a 34% em março.

O quadro pintado por esses números dificilmente terá passado batido pelos partidos. Um instituto como o Datafolha imprime um selo de independência no resultado, mas os políticos, mesmo aqueles que vociferam contra as pesquisas, medem o pulso dos eleitores com levantamentos próprios.

Daí por que Bolsonaro, ciente de que seu mau governo se transforma no maior obstáculo da corrida eleitoral, aposta no discurso contra as urnas. A eleição, por óbvio, está longe de decidida, e o adversário petista tem consideráveis fragilidades a serem exploradas. Mas é certo que o retrato do momento desfavorece o incumbente.

editoriais@grupofolha.com.br

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