Eu não desisti do Brasil. Ao contrário, tenho convicção do potencial que temos para superar nossos problemas históricos. Tenho orgulho de uma vida pública ilibada, com resultados expressivos para o povo de São Paulo.
Tanto na capital quanto no estado, com o apoio de uma equipe competente, nós crescemos, geramos milhões de empregos e entregamos obras consideradas impossíveis, como a despoluição do rio Pinheiros.
Com competência e seriedade provei que é possível governar para todos, resolver os mais graves desafios e deixar um legado emblemático de realizações. Não economizei esforços e fui até a China estabelecer uma parceria com um dos maiores laboratórios do mundo para comprar a vacina que salvou milhões de brasileiros. Foram 124 milhões de imunizantes contra a Covid-19. Salvamos vidas e a nossa economia.
Diante desse legado, tenho recebido inúmeras manifestações de apoio de pessoas lamentando minha saída da corrida presidencial. Diversos analistas afirmam que, sem uma candidatura forte, a chance de a eleição terminar no primeiro turno aumenta significativamente. Estamos diante do dilema de dar um passo para trás com alguém que não teve pulso para combater a corrupção ou manter um governo que é comprovadamente ineficiente em todas as suas áreas de atuação. Um verdadeiro desgoverno, que se sustentou pelo ódio, por uma máquina de destruição de reputações, pelas fake news e que hoje contesta sua própria rejeição pública. Não há dúvidas de que se o presidente estivesse em primeiro lugar nas pesquisas não haveria nenhuma contestação às urnas eletrônicas, por exemplo. O que ele e seus seguidores contestam é a própria realidade.
O brasileiro não é culpado pelo dilema no qual se encontra. Não foram os brasileiros que permitiram desvios de dinheiro público. Tampouco foram os brasileiros que escolheram negar a ciência, a vacina e negligenciaram o atendimento às vítimas da Covid. Não se pode culpar o eleitor pelos erros dos seus governantes. O eleitor achou que estaria escolhendo o melhor caminho. Foi traído pelos últimos governos populistas. E os mais pobres é que estão pagando o preço mais alto desta crise. Não há dúvida de que precisaremos de mais tempo para que o pêndulo político deixe de variar da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, para depois parar no centro, que é o caminho do equilíbrio.
Desde que decidi deixar de ser candidato à Presidência da República tenho me colocado à disposição para colaborar com reflexões para o nosso país. Estou certo de que colocar o Brasil no rumo certo é uma tarefa possível, uma questão de competência e compromisso com valores que superam diferenças ideológicas.
A solução para o Brasil está longe dos radicalismos. Penso que, em breve, estaremos maduros para priorizar políticas públicas sociais que corrijam desigualdades, gerando empregos, renda e riqueza para os brasileiros. E também tenha maturidade com um compromisso liberal, que tire das costas do Estado empresas e instituições que são ineficazes, deficitárias ou má geridas para entregá-las a uma gestão privada com o compromisso de fazê-las funcionar.
É possível crescer economicamente distribuindo renda e fazendo justiça social. Tornar o Estado mais eficiente nas áreas onde ele precisa ser eficiente. É possível, sim, um Estado que internacionalmente seja multilateral, que respeite o meio ambiente, que diminua desigualdades, que tenha sensibilidade pela cultura e pela ciência, mas que também tenha responsabilidade fiscal, que respeite os pilares que sustentam nossa economia. É possível, sim, trocar o populismo por eficiência. E sempre, absolutamente sempre, respeitando a liberdade e a democracia.
Estarei atento e pronto a colaborar para a construção de um país melhor, seja na iniciativa privada ou na vida pública. Meu propósito sempre foi e sempre será fazer o certo, fazer bem feito, com esmero e transparência. Alguns podem chamar isso de perfeccionismo, mas prefiro chamar de amor pelo Brasil.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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