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Ondas da Covid

Menos letal, doença tem expansão no país e evidencia necessidade de vacinação

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Vacinação contra a Covid-19 em farmácia de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

Infecções, internações e mortes por Covid-19 voltaram a crescer de modo expressivo no Brasil nas últimas semanas. A julgar pelo que se viu em outras partes do mundo, podemos esperar novas ondas a cada dois ou três meses. A capacidade mutagênica do vírus é grande.

A boa notícia é que, graças principalmente à vacinação, a doença se tornou muito menos letal do que era no início da pandemia.

Isso não significa que tenha deixado de ser problemática. As ondas de infecção ainda são capazes de superlotar hospitais, desorganizando o sistema de saúde, tanto o público como o privado.

Cerca de 25% dos pacientes desenvolvem a chamada Covid longa, isto é, experimentam sintomas debilitantes por vários meses e talvez até pela vida toda. Para alguns indivíduos, em geral idosos e portadores de certas moléstias, o Sars-CoV-2 permanecerá mortal.

Não se pode, portanto, tratar de forma ligeira a doença, que, pelos cômputos oficiais, já custou quase 700 mil vidas de brasileiros.

Embora a retomada da obrigatoriedade das máscaras e de algumas formas de distanciamento social nessas fases de recrudescimento faça sentido teórico, é irrealista esperar que venha a ser adotada em larga escala. Foram dois anos de restrições, e a população se cansou delas —políticos dificilmente contrariarão esse sentimento.

Daí não se segue que só nos reste cruzar os braços e torcer pelo melhor. Cabe, em especial, avançar bastante na vacinação.

Embora a população brasileira tenha aceitado bem o imunizante, dado que 78% completaram o esquema vacinal primário, a primeira dose de reforço foi tomada por apenas 45%. A situação é ainda pior com as crianças de 5 a 11 anos, das quais só 37% receberam as duas doses ou a dose única.

As novas cepas em circulação apresentam escape vacinal. Isso significa que as vacinas ficaram menos eficazes em evitar a infecção, mas elas ainda são excelentes para prevenir internações e óbitos.

Ao reduzir a carga viral dos infectados e seu período de doença, elas também contribuem para baixar os níveis de contaminação e diminuem o risco de o vírus sofrer novas mutações.

Um governo responsável, o que não é o caso do atual, estaria centrando fogo em campanhas para que mais pessoas tomem os reforços e vacinem seus filhos.

Também é importante adquirir para o SUS os medicamentos antivirais com ação comprovada. Por fim, especialmente a população sob maior risco deve manter o uso de máscaras de boa qualidade.

editoriais@grupofolha.com.br

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