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Portas fechadas

Defesa e Justiça fazem pressão inútil sobre TSE, e Bolsonaro conversa com Moraes

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) - Pedro Ladeira/Folhapress

Jair Bolsonaro (PL) gosta de exibir valentia em público, mas parece estar se dando conta de que suas tentativas desesperadas de tumultuar o processo eleitoral estão destinadas ao fracasso.

Desde que deflagrou a ofensiva contra o Tribunal Superior Eleitoral, com ataques a seus integrantes e disseminação de suspeitas infundadas para minar a confiança da população nas urnas eletrônicas, tornaram-se mais evidentes os obstáculos no seu caminho.

Nos últimos dias, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o da Justiça, Anderson Torres, anunciaram a intenção de participar da chamada aberta pelo TSE para interessados na fiscalização dos sistemas de votação.

Como em anos anteriores, as normas para o procedimento foram definidas com grande antecedência. As Forças Armadas e a Polícia Federal foram incluídas há meses no rol de instituições habilitadas a atuar na auditoria, bem como outros órgãos governamentais e entidades da sociedade civil.

Todos poderão acompanhar de perto as várias etapas planejadas pelo TSE para assegurar a lisura da competição, dos testes de integridade dos sistemas eletrônicos às verificações a serem feitas após a conclusão da votação.

Mas não há lugar nesse monitoramento para provocadores, e falará sozinho quem quiser aproveitar a oportunidade para semear confusão, em busca de um pretexto qualquer para Bolsonaro contestar o resultado das urnas.

As bazófias do mandatário podem até servir para mobilizar seus seguidores, mas nenhuma comprovação ofereceram até aqui para as fraudes sobre as quais ele não cansa de devanear.

Também se desfazem no ar as queixas recorrentes de que sugestões do governo para aprimoramento do processo eleitoral vêm sendo ignoradas. Como o TSE mostrou nesta semana, várias foram acolhidas nos últimos meses.

Bolsonaro não dá trégua em suas agressões aos magistrados responsáveis pela organização do pleito, em especial Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal que assumirá em agosto a presidência da corte eleitoral.

Na quarta (22), porém, o presidente ofereceu um daqueles sinais de distensão típicos de quem reavalia riscos, ao se encontrar com o ministro a portas fechadas durante jantar na residência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Não há dúvida de que o cálculo político e a índole autoritária de Bolsonaro o impelem para o confronto permanente com as instituições que impõem limites ao seu arbítrio. Mas é certo também que os custos de tal estratégia vêm se acumulando sem que o mandatário colha resultados palpáveis.

editoriais@grupofolha.com.br

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