Reconhecidamente, as rádios e TV Cultura experimentam um período de grande evolução e crescimento, e o elemento fomentador de sua expansão chama-se autonomia.
Isso está assegurado para a Fundação Padre Anchieta, mantenedora das rádios e TV Cultura desde a sua origem com a lei 9.849, de 26 de setembro de 1967, uma iniciativa do ex-governador paulista Abreu Sodré. Sua gestão, organização e estrutura administrativa são confiadas à ação privada, à sociedade civil.
Seu Conselho Curador, órgão maior da fundação, é composto por 47 membros, sob a presidência de Fábio Magalhães. Destes, somente 10 são representantes diretos do governo. Os demais são indicados ou escolhidos por entidades independentes. O estatuto social garante "autonomia jurídica, administrativa e financeira" notadamente na "gestão dos seus bens e recursos". Por fim, todas as atividades da fundação estão sob o controle e a fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A atual Diretoria Executiva, eleita pelo Conselho Curador em 2019, foi reeleita em 2022 para mais um mandato de três anos com os votos da totalidade dos conselheiros presentes. É formada exclusivamente por profissionais experientes, que já atuaram em outras grandes emissoras.
As rádios e a TV Cultura são públicas e educativas. Não se trata de rádio e televisão estatal. Embora dependam parcialmente de recursos públicos, as emissoras geram receitas próprias, buscando depender cada vez menos de verbas do Estado. Nossa programação avança em segmentos e conteúdos que muitas vezes não se apresentam atraentes às rádios e TVs comerciais —ensino, cultura, informação, variedades, programação infantil.
Hoje, oferecemos ao público quatro canais de televisão —TV Cultura, TV Educação, TV Univesp e TV Rá-Tim-Bum. Gerados em São Paulo por sua emissora "cabeça de rede", seus sinais são exibidos para todo o território nacional por 156 afiliadas e retransmissoras. Com a integração às mídias digitais, garantimos milhões de acessos diários.
No período alcançado pela pandemia de Covid-19, a TV Cultura foi a única emissora pública que desenvolveu um mecanismo de ensino a distância, contínuo e permanente, com 10 horas diárias de aulas ministradas ao vivo, complementadas por mais 14 horas de conteúdo educativo. Sua utilidade e eficácia o fizeram perdurar até os dias de hoje.
O parque tecnológico da Fundação Padre Anchieta foi todo modernizado: novos transmissores foram instalados, os nove estúdios de produção foram recuperados, criaram-se amplos estúdios de apoio para acessibilidade. Isso sem contar a reforma do Teatro Franco Zampari, de propriedade da fundação, e a gestão da orquestra Brasil Jazz Sinfônica e do Museu da Casa Brasileira, vinculados à Secretaria de Cultura.
A qualidade do nosso conteúdo é reconhecida em todo o mundo. Além de já ter sido apontada como a segunda melhor TV pública do planeta, atrás apenas da BBC britânica, a TV Cultura ganhou mais de 400 prêmios nacionais e internacionais, entre eles quatro Emmys.
A independência e a imparcialidade, o respeito à diversidade cultural, social, racial e de gênero, e a proteção das minorias, dos desassistidos e do meio ambiente são, para nós, valores permanentes.
Colhemos, com isso, nosso maior prêmio: o reconhecimento público. Não chegaríamos lá sem a autonomia que os nossos governantes souberam nos atribuir. Nosso caminho futuro passa por essa valiosa lição da nossa história.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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