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O que a Folha pensa Sabesp

Privatização da Sabesp é passo no rumo certo

Apesar de críticas sobre falta de competição e valor de venda, processo é exemplo para universalizar saneamento no país

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Tarcísio de Freitas (Republicanos) aciona campainha que conclui processo de desestatização da Sabesp, na B3, em São Paulo (SP) - Danilo Verpa/Folhapress

A privatização da Sabesp, maior companhia de saneamento do país, é um passo fundamental, e pode-se dizer histórico, rumo ao cumprimento das metas de universalização na cobertura de fornecimento de água e esgoto no Brasil.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não cedeu aos argumentos de que perderia poder político e receita ao reduzir a participação do estado de São Paulo na companhia, de 50,3% para 18%.

Agora, sem as amarras da burocracia e do clientelismo, ineficiências que são a marca das estatais, a Sabesp ganha musculatura para elevar a produtividade e os investimentos.

Além de estabelecer o fundamental compromisso de universalizar o serviço básico de água e esgoto até 2029 e estimar investimentos da ordem de R$ 69 bilhões, o processo de privatização conta com incentivo financeiro para o concessionário caso a universalização seja atingida em cinco anos.

Mesmo acertando com a privatização e o objetivo social principal de universalizar o serviço, o governo gerou dúvidas —talvez desnecessárias— se fez o melhor negócio ao contar com um só preponente, num processo sem competição.

A Equatorial arrematou seus 15% de participação com envelope único e pagou R$ 67 por ação, enquanto no dia da proposta a cotação era R$ 76 —um deságio de 12%, portanto. Nesta quinta (25), a ação da Sabesp fechou a R$ 86,72.

Houve ainda quem questionasse a capacidade operacional da Equatorial. A empresa é conhecida por sua trajetória ascendente no setor elétrico, onde se especializou em recuperar distribuidoras com problemas. Sua experiência com água e esgoto se resume a uma atuação no pequeno sistema do Amapá.

Será preciso dar tempo para que a cultura do setor privado, que a Equatorial domina, possa se associar ao conhecimento do corpo técnico da ex-estatal.

Na mira dos consumidores, o valor da tarifa também será item de destaque. O governador afirmou que ela continuará subindo, mas que o aumento tende a ser menor.

Esse seria o principal legado da reestruturação que acompanha a desestatização e abre espaço para se fazer mais com menos. Será dever dos órgãos que regulam a prestação dos serviços e o mercado de capitais acompanhar a evolução da nova Sabesp.

Apesar de demagogos pregarem que privatização é entreguismo do bem público à ganância privada, a realidade é que o sistema estatal —incapaz de investir— é o único responsável pelas escandalosas cifras de 100 milhões de brasileiros sem esgoto e 35 milhões sem água.

A privatização é o caminho para resolver a principal mazela social do Brasil.

editoriais@grupofolha.com.br

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