Professor da FEA-USP comenta Ranking Universitário da Folha
Gostaríamos de parabenizar a Folha por mais uma edição do RUF (Ranking Universitário Folha), que colocou a USP em 1º lugar no Ranking Geral das Universidades.
A avaliação faz parte da rotina e da estrutura do nosso curso de Graduação em Administração. Eu mesmo sou responsável por uma disciplina que trata da avaliação do desempenho organizacional, tanto na Graduação quanto nos programas de Mestrado e Doutorado.
Mas temos algumas ressalvas a fazer em relação ao ranking de cursos. O curso de Administração da USP, um dos mais conceituados do país, ficou em 10º no ranking de ensino, totalmente diferente do 1º lugar que alcançou no ranking de mercado.
Quem vê essa discrepância, logo pensa que alguma coisa está errada nessa avaliação. Todos sabem que a USP não participa oficialmente do "Enade" --um dos três indicadores de qualidade do ensino considerados no ranking de ensino-- e que esse fato pesou na avaliação final. Portanto, só esse quesito já não refletiria completamente a realidade de ensino da USP.
Mas existem outros dois indicadores - "Doutores" e "MEC" cujos critérios também são questionáveis. O resultado do indicador "Doutores", por exemplo, não corresponde à realidade do quadro docente do nosso curso de Administração da FEAUSP.
O indicador avalia o total de professores com doutorado. O curso de Administração possui, atualmente, 77 docentes e todos eles possuem titulação mínima de Doutor, o que representa 100%. Portanto, deveria figurar na primeira posição dentro desse quesito ao lado das outras quatro instituições que alcançaram os 100%.
Acontece que ele aparece na 5ª posição, com 98,95%. Para chegar a essa proporção, a Folha informou à FEAUSP que utilizou os dados do INEP, que se baseia no total de docentes da Faculdade que é composta por quatro cursos (Economia, Administração, Contabilidade e Atuária) e não especificamente do curso de Administração, que tem um Departamento unicamente responsável por esse curso. Portanto, a avaliação por titulação dos docentes não reflete a realidade.
Com relação à avaliação feita pelo MEC, gostaríamos de destacar que a USP não passou por essa avaliação. Nenhum avaliador do MEC fez uma avaliação do nosso curso. Podemos afirmar que em nenhum momento fomos procurados por qualquer avaliador do MEC solicitando qualquer informação sobre o nosso curso. Acredito que é muito difícil que alguém que não tenha informações sobre determinado curso possa avaliá-lo.
Gostaríamos apenas que os critérios pudessem ser revistos para que o RUF pudesse refletir melhor a qualidade de ensino de cada curso no país.
HAMILTON LUIZ CORRÊA, coordenador do curso de Administração da FEA-USP (São Paulo, SP)
RESPOSTA DA JORNALISTA SABINE RIGHETTI - O quesito "avaliadores do MEC" é um subindicador de ensino baseado em pesquisa do Datafolha. Nesse subindicador, 464 avaliadores do MEC (que fazem avaliação de cursos de graduação para o MEC) foram questionados sobre quais são as melhores universidades na área de atuação do cara. Vale dizer ainda que administração é o único curso em que a USP não lideraria o indicador de ensino mesmo que tivesse nota máxima no Enade.
Curta o Painel do Leitor no Facebook
Siga o Painel do Leitor no Twitter
*
PARTICIPAÇÃO
Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor.online@grupofolha.com.br
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade