Decisão do STF é 'passo atrás' na moralização da política, diz leitor
STF E SENADO
A presidente do STF, Cármen Lúcia, com o voto de minerva na mão, achou por bem "contemporizar"! Contemporizar com o que talvez seja o mais corrupto e viciado Legislativo da história da República brasileira. Vivemos o nosso pior momento, o mais caótico e mais desesperançoso. Não vamos reagir?
ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP)
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O voto de Cármen Lúcia foi difícil, porém sábio. Evitou o conflito entre os Poderes sem atentar contra a soberania do Judiciário. No caso concreto de Aécio Neves, o Senado deverá assumir a responsabilidade política e o desgaste público caso não acolha a decisão técnica da primeira turma do tribunal. O STF deixou com a Casa a incumbência de descascar o abacaxi da corrupção entranhada na política brasileira. Cármen Lúcia atuou com a dignidade própria de uma presidente do órgão máximo do Judiciário.
MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ)
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A decisão do STF é um passo atrás na tentativa de moralizar a política. Eu recebi isso como uma mensagem de que o STF não tem competência para julgar políticos. Ora, não é o Judiciário que condena e absolve? Rasgaram mais uma vez essa página da Constituição. Ademais, se os partidos políticos se transformaram em organizações criminosas, e isso é fato, como esperar deles a condenação de seus membros?
OTÁVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP)
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CORRUPÇÃO
As atitudes de Carlos Nuzman e de Aécio Neves face às denúncias que enfrentam demonstram a diferença de princípios das organizações que presidiam. Nuzman renunciou ao cargo de presidente do COB, porém Aécio continua na presidência do PSDB —está apenas licenciado. Por um lado, o COI demonstrou na última semana, de forma clara e inequívoca, seu desconforto com a denúncia de corrupção. Do outro, os tucanos continuam em cima do muro, lenientes com seus membro.
RICHARD DUBOIS (Brasília, DF)
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O problema não são os políticos, e sim o povo, que se sente injustiçado por viver num país corrupto e ladrão, mas não se mexe para nada. Ficar choramingando não resolve nem nunca resolverá nada.
LUCIANO VETTORAZZO (São José do Rio Preto, SP)
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ULYSSES GUIMARÃES
Clóvis Rossi fez justiça e lembrou o grande Ulysses Guimarães, o "senhor das Diretas", o ícone da "Constituição cidadã". Ulysses não chegou lá, mas faz parte da nossa história com dignidade. Foi um grande democrata.
RICARDO PEDREIRA DESIO (São Paulo, SP)
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JUSTIÇA DO TRABALHO
Nossos magistrados deveriam ter macro e microeconomia básicas como disciplinas obrigatórias em sua formação. Em sua grande maioria, os doutos juízes não têm a menor noção dos impactos econômicos e sociais que uma posição como essa ocasiona na economia. Anamatra, parabéns por puxar o Brasil para trás.
RAPHAEL L. ALMEIDA, advogado (Rio de Janeiro, RJ)
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PLANOS DE SAÚDE
O editorial "A conta da saúde" abordou a situação dos planos de saúde privados. Chegou às mesmas conclusões de sempre: as soluções apontam para penalizar ainda mais as pessoas mais idosas, aumentando o valor de seus planos. Estamos na contramão do que seria razoável, simplesmente porque funcionamos com o pensamento voltado para as doenças, não para a saúde. Seria razoável discutir também prevenção, e não apenas tratamento. Passa da hora de virar o lado do disco.
JOSÉ ELIAS AIEX NETO, médico (Foz do Iguaçu, PR)
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RELIGIÃO
Li em mais de uma ocasião em textos da Folha a afirmação de que os católicos "adoram" os santos ou as imagens dos santos. Na edição desta quinta (12), aparece novamente esse lamentável equívoco, que não condiz com a fé católica nem com a devoção católica aos santos. Esclareço que os católicos distinguem "adorar" a Deus de "venerar" ou "honrar" os santos. Somente a Deus é devido o culto de adoração. Os santos são "venerados", ou "honrados" e "louvados". "Venerar" é o conceito apropriado.
ODILO PEDRO SCHERER, arcebispo de São Paulo (São Paulo, SP)
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NOTA DA REDAÇÃO - O erro foi corrigido e uma errata foi publicada.
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CIÊNCIA
Chama a atenção que a premiação de Gabriel Victora tenha sido noticiada pelo jornal "The New York Times" e reproduzida pela Folha, sem uma cobertura direta por jornalistas brasileiros de tão importante fato. Resta emblemática a situação: alta repercussão dos prêmios Nobel na semana passada e, quando um brasileiro conquista um reconhecimento internacional nas ciências, a notícia é dada por terceiros.
ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP)
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USP
É assustador verificar que um jornal a serviço do Brasil faz uso sistemático dos seus editoriais para tentar desconstruir a USP, um dos maiores patrimônios da população de São Paulo. Esse processo contínuo de apontar uma tendência artificial de reputação em baixa da USP é um desserviço ao Brasil, mas parece atender a interesses empresariais e corporativos nada republicanos.
BENEDITO H. MACHADO (Ribeirão Preto, SP)
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PARTICIPAÇÃO
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