Quem ganha é a ética e a República, diz leitor sobre fim do foro privilegiado
FORO PRIVILEGIADO
Solicitar vista de um processo, como fez o ministro Dias Toffoli no julgamento sobre o foro privilegiado, em tese significa não se considerar habilitado a votar imediatamente. Mas, considerando que o STF há tempos retirou a venda da Justiça, forçando-a a ter um olhar parcial e condescendente com a excrescência política, tal pedido equivale a solicitar vista para "perder de vista".
TÚLLIO M. S. CARVALHO (Belo Horizonte, MG)
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Em represália ao provável e bem-vindo fim do foro privilegiado para deputados federais e senadores, a Câmara vai acelerar a tramitação da PEC que restringe o foro também para membros do Judiciário. Picuinhas à parte, quem ganha é a moral, a ética e a República.
LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)
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CORRUPÇÃO NO RIO
No Brasil da roubalheira, os dois maiores eventos esportivos do mundo foram palco de estimativas financeiras superfaturadas e ganhos extraordinários. O legado foi o Rio falido, obras inacabadas e arenas inaproveitadas. Procedendo assim, nunca haverá receita suficiente para cobrir as despesas.
HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES)
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OPERAÇÃO LAVA JATO
Interessante o texto sobre os golden boys da Lava Jato e sua "estratégia" de usar a "comunicação" para derrubar o PT, mas ficou uma dúvida. Será que a foto de Sergio Moro com Aécio Neves, os dois rodeados por tucanos e por Temer, integra essa "estratégia" ou serviu só para sinalizar quem não deveria ser incomodado?
TANIA C. DE MAURO CUNHA (São Paulo, SP)
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Políticos e empresários pegos na Operação Lava Jato, via de regra beneficiados por habeas corpus, saem da prisão convencidos de que um bom banho, uma borrifada de perfume francês e uma taça de vinho Egon Müller têm o poder de purificá-los. Mal sabem eles que o caráter, em contato com a sujeira, produz, instantaneamente, uma crosta indelével.
RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ)
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COLUNISTAS
Como sempre, Bernardo Mello Franco está soberbo. Sugiro que seja criado mais um partido no nosso tão vilipendiado país: o Partido dos Corruptos (PC), com toda a cúpula do PMDB.
BENEDITO HUGO SILVEIRA MELLO (Curitiba, PR)
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SUBMARINO ARGENTINO
A Marinha argentina comunicou que detectou uma "anomalia hidroacústica". Como diria José Simão, tucanaram a explosão submarina. Que esse lamentável incidente sirva de alerta à Marinha brasileira, sujeita a restrições orçamentárias e ainda operando submarinos antiquados.
JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP)
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REFORMAS DO GOVERNO
É assustador constatar que a aprovação de medidas que irão afetar toda a sociedade, como a reforma da Previdência, passa por negociações mesquinhas em que o que menos se discute é a medida em si. Deputados declaram abertamente que seus votos dependem da "contrapartida" que o governo tem a oferecer, sem a menor preocupação com o que é melhor para o país. Como a condução dos destinos da nação chegou a esse ponto? Como sair dessa armadilha?
FERNANDO PACINI (São Paulo, SP)
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Sobre o editorial "Incerteza trabalhista", a MP 808 já conta com 967 emendas, o que gera enorme insegurança jurídica. Todavia, ao remodelar os quadros juslaborais, a MP 808, em sua redação original, o fez em sintonia com os ditames constitucionais em temas como o dano extrapatrimonial, o trabalho da gestante em local insalubre, a jornada de 12x36 e o enquadramento do grau de insalubridade. Nada obstante, é certo que muitas lacunas foram deixadas e merecem ser preenchidas, considerando que a velocidade vertiginosa da sua aprovação.
ROBERTA O. SOUZA, advogada (Rio de Janeiro, RJ)
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ASSÉDIO SEXUAL
O editorial "Show de assédios" mostra muita preocupação com os agressores, mas pouca com as vítimas. Estas não receberam justiça em razão do machismo e das intimidações de Hollywood. A maioria dos casos citados no editorial não envolve nenhuma possibilidade de "convite de boa-fé", e as denúncias foram corroboradas por várias vítimas. Há estupro (Polanski, Spacey), exibicionismo (Louis C.K.), assediadores confessos (Hoffman, Affleck), fora Weinstein e o serial Tobak. Justiça faltou às vítimas. Mais alguma palavra dos editorialistas em favor delas?
RICARDO KNUDSE (São Paulo, SP)
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As mulheres devem denunciar sempre. Em 1972, fui assediada em meu emprego. No dia seguinte, pedi demissão e depois fui acusada de ter cometido furto. Fiquei de junho a outubro desempregada. Hoje as mulheres denunciam. Muito triste uma mulher precisando de emprego ser assediada. Todas têm o meu apoio.
NELI FARIA (São paulo, SP)
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DEMOCRACIA
Breno Altman, em artigo, sugere que texto meu seria uma "desinvenção" da esquerda. Inspirado por Gramsci e mestres como Leandro Konder e Nelson Coutinho, o PSOL se ancora na valorização da democracia –representativa, participativa, direta. Não é "discurso idílico", mas valor estratégico. A socialização da política e as lutas sociais são antídoto contra a via da conciliação de classes e cooptação. O empoderamento popular é trilha de muita luta, ao contrário do que afirma Altman.
CHICO ALENCAR, deputado federal pelo PSOL-RJ (Brasília, DF)
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