JULGAMENTO DE LULA

É lamentável e mesmo estarrecedor ver um senador como Lindbergh Farias incitar a violência e a desobediência civil. É essa a democracia que prega o PT? O partido nasceu defendendo a ética, a transparência e a honestidade na política e agora decepciona a todos. O partido que promoveu e defendeu enfaticamente a Lei da Ficha Limpa agora quer rasgá-la porque o seu líder maior está enquadrado nela? Deve-se depreender daí que a lei só servia para os seu adversários?

MARCUS FLAVIUS M. MAGLIANO (São Paulo, SP)

A charge de Jean Galvão revela com exatidão como os adversários de Lula, na política e na imprensa, querem que a população o veja. Apenas figuras de camisa vermelha, barba e bonezinho estariam tristes e ainda prestariam atenção ao que Lula diz. O chargista contribui com essa tentativa. Pena que as pesquisas mostram o contrário.

LUIZ PEDREIRA JR. (São Paulo, SP)

Não seria nenhuma surpresa se na próxima pesquisa presidencial do Datafolha o ex-presidente Lula ampliasse sua vantagem em relação aos seus adversários. Além de todo o noticiário girando em torno dele, o que aumenta sua exposição, seus concorrentes, atônitos, parecem esperar que o candidato do PT esteja oficialmente inabilitado para aí, sim, iniciar suas campanhas. A corrida presidencial já começou, mas pelo jeito somente um partido sabe disso.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

Já que o TRF-4 utilizou a teoria do domínio do fato para condenar Lula, a Justiça poderia usar a mesma teoria para condenar Aécio Neves, Michel Temer, Geraldo Alckmin, José Serra e a lista da Odebrecht inteira. Afinal, se Lula sabia de tudo, os outros também sabiam da corrupção em seus governos, mandatos e partidos. Agora, alguém realmente acredita que os outros serão condenados e que o objetivo da Operação Lava Jato é mesmo acabar com a corrupção, e não com Lula e com o PT?

CRISTIANO PENHA (Campinas, SP)


JUDICIÁRIO

Brilhante as ponderações feitas pelo professor de direito constitucional da USP Conrado Hübner Mendes sobre nossa mais alta corte de Justiça. Concordo plenamente com tudo o que ali está registrado. Iria mais além: que os ministros apenas se pronunciassem nos autos dos processos.

JOANIR S. WEIRICH (Brasília, DF)

Primoroso o artigo. Realmente, o STF brasileiro, com os atuais ministros, é um arremedo de entidade como última instância da Justiça. Lamentável o dispêndio de recursos para manter essa corte, que só causa desencantos.

AURO C. OLIVEIRA (Salto Grande, SP)

O texto de Conrado Hübner Mendes deveria ser distribuído a todas as faculdades de direito do país. A esperança é que se crie um nova geração de juristas capazes de restaurar, no futuro, o império da lei na suprema corte. Hoje, o que vemos é uma instituição dominada por um bando de paspalhos que tralham em favor dos indiciados. Não é à toa que começam a ser caçados nas ruas, feito "ratazanas prenhes", como dizia Nelson Rodrigues.

ZARCILLO BARBOSA, aposentado (Bauru, SP)


RODRIGO MAIA

Rodrigo Maia, presidente interino do Brasil, doou R$ 792 mil dos nossos cofres para a restauração de uma basílica na Cisjordânia. Os recursos foram autorizados por medida provisória. É muita cara de pau! O Brasil precisando tanto de recursos e nós vamos bancar uma basílica na Cisjordânia? Nada contra a basílica, mas nossos governantes, definitivamente, só pensam em si mesmos, estão alienados da realidade do país e fortemente autocentrados! Um inferno que basílica nenhuma conseguirá vencer.

LUIZA NAGIB ELUF, advogada (São Paulo, SP)


ENERGIA NUCLEAR

Sobre a extensa reportagem a respeito da Angra dos Reis dos milionários, cabe perguntar: esses senhores se mobilizariam para impedir o reinício da obra da usina Angra 3 se soubessem que seu projeto, por ser obsoleto, cria o risco de acidentes como os de Tchernobil e Fukushima? E que um acidente desse tipo, que por infelicidade ocorra, terá necessariamente, entre outras consequências catastróficas, a da interdição total à presença humana, por centenas de anos, de boa parte do litoral paradisíaco em que estão suas mansões e iates? Deus queira que "acordem".

CHICO WHITAKER (São Paulo, SP)


URBANISMO

A ideia de que o adensamento de São Paulo a faria "mais aprazível" exige mais investigação jornalística e menos urbanismo de prancheta. No centro, as zonas mistas de moradia e comércio são hoje um inferno diuturno para os moradores, com caixas de som explodindo de dia nas portas das lojas e de noite nos bares das calçadas. Os frequentadores respondem ao vale-tudo tratando essas zonas como terra de ninguém, não como espaço para todos. Podem acreditar: está dificílimo morar no centro.

LUCIA BOLDRINI (São Paulo, SP)


COLUNISTAS

Irretocável e definitiva a coluna do excelente e íntegro Janio de Freitas. Vai ao cerne da questão do julgamento de Lula. Na raiz jurídica de um processo, se não há amplo direito de defesa, não há julgamento justo.

ANTÔNIO MATTAR (Rio de Janeiro, RJ)

Brilhante a crônica de Antonio Prata. Impossível discordar de sua lúcida análise.

MARIA THEREZA VERGUEIRO (São Paulo, SP)

Eu diria ao colunista Pedro Passos que considero o carro elétrico a nona maravilha. Só que antes é preciso inventar a oitava: uma bateria decente que não pese tanto, não custe milhares de dólares, tenha uma boa autonomia e não utilize cádmio, lítio, chumbo, materiais perigosos de reciclagem cara e muito complexa. Imagine centenas de milhões delas. Basta dar uma olhada na maravilha tecnológica que é o celular para descobrir onde o carro elétrico precisa melhorar, e muito.

MARCIO MACEDO (Belo Horizonte, MG)

Existe um mal endêmico no Brasil, o de cidadãos opinarem sobre o que não conhecem. O outrora lúcido Reinaldo Azevedo opina sobre temas jurídicos e pensa que os conhece, já que há tempos tem se arvorado em exegeta da Lava Jato e, agora, da teoria do domínio do fato, sem se dar conta de quão jejuno é na matéria.

PAULO T. MALUF, pediatra (São Paulo, SP)


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