Comentário de desembargadora mostra visão mesquinha do Judiciário, diz leitor

Advogada disse em rede social que Marielle Franco tinha envolvimento com o tráfico e era "cadáver comum"

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Marielle Franco

O atentado que matou Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, transformou as redes sociais num esgoto a céu aberto. Gente cuja indigência intelectual salta aos olhos descarrega preconceitos grosseiros contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos e contra todos os que a defendem, sem nenhuma reflexão. 

José Tadeu Gobbi (São Paulo, SP)


Seria apenas mais um comentário infeliz não fosse a gravidade de ter sido proferido por uma desembargadora (“Desembargadora diz que Marielle estava engajada com bandidos e é ‘cadáver comum’”, Mônica Bergamo, 16/03). Um grande perigo alguém com essa mentalidade ser responsável por tomar decisões que afetem tanta gente. Agora que está na moda parte do Judiciário se manifestar fora dos autos, fica clara a visão estreita e mesquinha de boa parte dele.

Paulo Bittar (São Paulo, SP)


Irresponsável a declaração da desembargadora Marília de Castro Neves sobre o assassinato de Marielle Franco. É de se exigir, que membros do Judiciário, setor mais bem remunerado do serviço público, que goza de  extensos privilégios, tenham mais compostura ao expressar o que afirmam ser suas opiniões. Contudo, como nos tribunais “juiz pensa que é Deus, desembargador tem certeza”. A impunidade prevalecerá.


Vanderlei Vazelesk Ribeiro, professor de História da América da Unirio (Rio de Janeiro, RJ)


A brutal execução da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes demonstra indiscutivelmente a transformação do Brasil em uma imensa Colômbia da década de 1990 onde o poder paralelo assumiu o papel do Estado. A única diferença é que aqui não temos a figura representativa do narcotraficante Pablo Escobar, mas que no caso brasileiro podem ser grandes empreendedores ou políticos acima de qualquer suspeita (“Assassinatos em série de políticos indicam uma ‘colombização’ no país”, Cotidiano, 15/03).

André Pedreschi Aluisi (Rio Claro, SP)

Ministro Barroso

É com pesar e decepção que vejo o editorial da Folha que critica decisão do Ministro Barroso que limita o indulto natalino. A defesa da democracia é atribuição do Ministério Público e dever do Judiciário. Valor primeiro e dos mais caros da nossa Carta de 1988 (“Fora dos limites”, Opinião, 17/03). 

Mario Gisi, subprocurador geral da República (Brasília, DF)


A Folha foi oportuna e corajosa ao desafinar nas cantigas da moda, enaltecedoras da vedete do STF comentada no editorial. Acerta também, em parte, sobre o deputado Carlos Marun. Aliás, impeachment por crime de irresponsabilidade atingiria outras vedetes do teatro rebolado que é o STF. O problema é o tipo de gente que Temer indicaria como substituto. 

José Zimmermann Filho (São Paulo, SP)

Colunistas

Concordo com Drauzio Varella quando reivindica que os recursos destinados a terapias alternativas deveriam ser dirigidos para a ampliação das equipes do Programa de Saúde da Família. Ele é o responsável pela prevenção das doenças, apesar de funcionar com equipes incompletas na maioria dos municípios brasileiros. Corroboro ainda o que diz sobre, de uns tempos para cá, parecer que só andamos para trás na gestão pública da saúde. Basta conferir o perfil do atual titular da pasta da Saúde.

José Elias Aiex Neto, médico (Foz do Iguaçu, PR) 


Por que será que Drauzio Varella, em sua coluna deste domingo (“Imposição pelas mãos”, Cotidiano, 18/03), ao afirmar que faltam no SUS enfermeiros, fonoaudiólogos e médicos, optou pelo feminino para os dois primeiros cargos e masculino para o segundo? Se faltam enfermeiras, fonoaudiólogas e médicos, é porque as duas primeiras funções cabem às mulheres, enquanto a última, mais valorizada, é própria de homens?

Maria Eduarda de Oliveira (Santana de Parnaíba, SP)


Genial a charge de Jean Galvão que retrata com maestria e simplicidade a guerra insana e desleal travada nas redes sociais sobre o desdobramento do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Carlos Carmelo Balaró (São Paulo, SP)

Ombudsman

Impecável a análise da ombudsman Paula Cesarino Costa. A imprensa, de um modo geral, correu atrás da notícia somente depois da grande repercussão que o fato teve nas redes sociais e, principalmente, nas ruas. Ficamos mesmo com a impressão de que, se ninguém tivesse ido às ruas, a morte de uma vereadora do PSOL do Rio já teria desaparecido do noticiário (“O estampido das ruas”, Poder, 18/03).

ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP)

Auxílio moradia

É comovente o desabafo do desembargador Carlos Delgado, diretor da Ajufe, ao justificar o pagamento do penduricalho aos juízes. Se auxílio-moradia é “dignidade remuneratória”, o que dizer então dos funcionários públicos que pagam aluguel com o salário? E dos milhares de  moradores de rua país afora? Só está faltando outro defensor da classe dizer que a magistratura no Brasil é trabalho escravo! (“Criticados, juízes dizem que greve não foi só sobre auxílio”, Poder, 16/03).

MARIO BORGES GOMES (Brasília, DF)

Influenciadores

A OAB pode ser a instituição que mais aparece como amicus curiae porque a Constituição lhe dá legitimidade e determina que ela defenda o texto constitucional, o que acontece nos debates no STF, que é a corte constitucional no Brasil. A Ordem dos Advogados do Brasil cumpre sua missão, portanto, ao atuar em diversas causas no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de defender a Constituição (“Como se relacionam os influenciadores do Supremo, Poder, 18/03).

Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB (Brasília, DF)

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