'Temo que a atual campanha alimente a violência física estatal', diz socióloga

Leitora comenta artigo no qual Maria Rita Kehl aborda o ataque ao candidato Jair Bolsonaro

Ataque a Bolsonaro

Maria Rita Kehl abordou o atentado contra Bolsonaro com uma sensibilidade que convoca fantasmas recalcados (“Você tem medo de quê?”). Professora da USP, vivi sob a ditadura boa parte da minha vida adulta e posso atestar que temo a violência estatal impune. Tenho pavor da repressão que invadia nossas salas de aula levando alunos para calabouços onde permaneceriam presos, eram torturados e, muitas vezes, mortos. Temo que a atual campanha alimente a violência física estatal, defendida por Bolsonaro e inimiga da democracia.

Heloísa Fernandes, socióloga (São Paulo, SP)

 

Há certa relevância histórica, digamos, na figura de Janaina Paschoal (“Depuração em risco”). Por isso, qualquer um ficaria embasbacado diante de uma especialista em direito penal que apoia uma candidatura com fortes traços autoritários, como a de Bolsonaro. Ao se aliar a esse tipo de discurso, Janaina cai em descrédito, porque revela enorme contradição entre a defesa que faz do Estado de Direito e o apoio que dá a quem deixou claro que os limites legais podem e devem ser ultrapassados quando a causa for justa.

Adilson Fornazieri Maturana (Lagoa Santa, MG)

Eleições

É triste ver um político preparado como Fernando Haddad (PT) concordar em ser apenas um menino de recados do ex-presidente Lula. Deveria aspirar mais.

Alex Strum (São Paulo, SP)

 

Oportuno o texto de Paula Cesarino Costa (“As entrevistas estão chatas?”). Ao mesmo tempo em que ressalta a série “E Agora, Brasil?”, aponta com precisão a retórica excessiva dos jornalistas, tanto na mídia impressa como na TV. Nesta última, o exibicionismo dos entrevistadores atinge níveis desrespeitosos, agressivos, em especial nos programas Jornal Nacional e Roda Viva. Triste.

Alfredo Sternheim,  jornalista, cineasta e professor (São Paulo, SP)

 

Considerei extremamente inquisitória a entrevista com o candidato Fernando Haddad na Globo. Não fizeram nenhuma pergunta sobre o projeto do candidato. Não me parece um jornalismo que permite a liberdade de expressão, conquistada pelos jornalistas no Brasil com muito esforço e luta. Lamentável em uma democracia.

Maria Helena Beauchamp (São Paulo, SP)

 

O artigo “O sabor amargo de votar já quase cinquentão”, de Clóvis Rossi, alude ao disputado primeiro turno de 1989, quando Fernando Collor disparou à frente e em seguida vieram Lula (PT) e Brizola (PDT) em uma disputa acirrada. Será que não estamos vivendo situação similar com  o candidato Jair Bolsonaro (PSL) à frente e Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) em uma acirrada disputa pelo segundo lugar e figuração no segundo turno? Obrigado, Clóvis Rossi, por trazer luz a esse episódio.

Eduardo de Assis Iasbeck (Uberlândia, MG)


Ensino domiciliar

Entendo o ponto de vista de Hélio Schwartsman (“O direito de não ir à escola”). Todo cerceamento tem os dois lados da moeda. A questão, porém, é que estamos vivendo em uma sociedade que se fragmenta e corre o risco de implosão. Assim sendo, aparar as arestas do fundamentalismo pode evitar traumas. Ademais os pais não têm o direito de privar os filhos do convívio social, inclusive na escola. Não vivemos ilhados. Precisamos, juntos, lutar por um mundo melhor.

Celso Acacio G. de Almeida (Campos dos Goytacazes, RJ)

 

Concordo com o colunista. O Estado interfere demais em nossas vidas. Que horror! É claro que a Escola é importante, mas a função de decidir cabe aos pais, não ao Estado.

Luiz Fernando Viegas (Rio de Janeiro, RJ)


Pesquisa sobre uso de drogas

Informo que a pesquisa citada na reportagem (“Governo Temer engaveta pesquisa sobre uso de drogas que custou R$ 7 milhões”) não foi publicada porque o edital de contratação da Fiocruz (2014) exige amostra com base na Pnad, do IBGE, e comparável com dois levantamentos anteriores. A metodologia usada não permite comparação, compromete série histórica e prejudica a Política Nacional sobre Drogas. Até 2015, a Fiocruz recebeu R$ 7,2 milhões, de R$ 7,9 milhões. Razões e responsáveis pelo ocorrido estão em investigação. 

Lílian Oliveira, chefe da assessoria de comunicação social do Ministério da Justiça


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