Lives na Câmara
A foto da primeira página da Folha desta quinta-feira (23) demonstra bem o nível de grande parte dos nossos congressistas, que parecem um bando de adolescentes vislumbrados e sem foco. São por esses e outros motivos que as sessões não acabam. Pareceria cômico, se não fosse trágico.
Nilton Nazar (São Paulo, SP)
Nem mil palavras descreveriam a imagem mais tosca e carnavalesca vista na primeira página deste jornal nos últimos tempos. Representantes deste governo fazendo caras e bocas e lives em pleno expediente. Por favor, deputados, vão trabalhar!
Marilene Garcia Olivi de Oliveira (Pirassununga, SP)
Moro sem Coaf
Peço encarecidamente que sejam divulgados os nomes dos frequentadores da caverna pré-histórica em que ficam escondidos os deputados do chamado centrão que derrotaram o ministro Sergio Moro (“Câmara vota a favor de MP de Bolsonaro, mas derrota Moro ao tirar Coaf da Justiça”). E também é bom conhecer quantos não centristas se esconderam do Lobo, digo, Moro.
Eduardo José Daros (São Paulo, SP)
Os 228 congressistas que votaram a favor de devolver o Coaf ao Ministério da Economia devem ter dormido tranquilamente sabendo que enfraqueceram o Ministério da Justiça no combate à lavagem de dinheiro, o que permite a grande concentração de renda, o aumento da desigualdade e o fortalecimento da contravenção no país. Querer que o governo faça política com uma turma dessas é concordar com a politicagem que sempre se fez, e quem perde é a nação. O sistema agradece, pois sai vencedor desse combate.
Orson Mureb Jacob, presidente do Sindicato Rural de Assis (Assis, SP)
Claramente não foi o ministro Moro o derrotado na votação que transferiu o Coaf para Ministério da Economia. Isso é uma péssima mania da imprensa, a de personalizar as coisas. Os verdadeiros derrotados são aqueles que pretendem o fim da corrupção no país.
José Cretella Neto, advogado (São Paulo, SP)
Universidade pública
O ensino superior gratuito tem relação com a possibilidade de ascensão (“A fatura universitária”, de Hélio Schwartsman). O fato de ser público —e, apesar dos problemas, ainda de qualidade— permite a convivência entre diferentes grupos que, em situação normal, jamais dividiriam o mesmo espaço. Pessoas com alta renda ocuparem a maior parte das vagas não é o problema, mas sim a péssima qualidade do ensino público na base. Se houvesse estudantes de alta renda em escolas públicas primárias, estas seriam mais valorizadas.
José Hamilton Lopes Leal Jr. (Teresina, PI)
Taiwan
A Folha publicou reportagem na qual classificou a província chinesa de Taiwan como um país (“Taiwan é 1º país da Ásia a legalizar casamento gay”). Quero reiterar que Taiwan é uma província da China e uma parte inalienável do território da China. No mundo, há uma só China. Esperamos que a Folha não repita esse erro grave.
Hu Min, conselheiro de imprensa da embaixada da China no Brasil
Governo Bolsonaro
A questão do arrependimento tardio é que ele não modifica mais a realidade (“Antes tarde do que nunca”, de Mariliz Pereira Jorge. Bolsonaro foi eleito num pleito justo. A maioria quis assim. E assim seguiremos até ele completar seu mandato, maldizendo-o, ou aguardando que ele seja removido pelos mecanismos legais, caso pise na bola —o que não é um cenário improvável. Por enquanto, o homem segue fiel à pauta que propôs a seu eleitorado, gostemos ou não. Despreparado para o cargo? Sem dúvida, mas o que isso importa agora? O tempo não volta.
Fernando Schiavo (Rio de Janeiro, RJ)
Concordo que quem votou em Bolsonaro errou. Mas, se tivesse votado no Haddad, o erro não seria maior?
William Cesar Salim (Viradouro, SP)
Vamos ser práticos. Considerando que, no segundo turno das eleições do ano passado, duas eram as opções, a saber, Bolsonaro e Lula, a pergunta é: a volta do jeito petista de “governar” teria sido menos pior que a inaptidão de Bolsonaro?
Paulo Afonso Laurentis (Conchal, SP)
Lobão
Erros todos cometemos (“‘Chamar estudante de massa de manobra é coisa de imbecil’, diz Lobão sobre Bolsonaro”, Ilustrada, 23/5). Reconhecê-los é sinal de humildade e de coragem, ao se contrapor àqueles que equivocadamente defendia. Parabéns, Lobão, por sua libertação das sandices do forasteiro anacrônico Olavo de Carvalho.
José William (Fortaleza, CE)
Considerando que ajudou a criar o problema, tem o dever moral de ajudar a resolvê-lo. Aguardemos.
Rodrigo Caldas (Recife, PE)
Viva, Lobão! Sou de esquerda, mas não é por isso que vou deixar de ouvir os discos do velho Lobo.
Denise Teixeira (São Paulo, SP)
Pedido de governadores
Quatorze governadores pediram ao presidente que revogue o decreto que reconheceu o direito do cidadão à legítima defesa com o uso de arma de fogo (“Bolsonaro deve recuar de pontos polêmicos em decretos de armas”). É um direito deles se manifestar, mas quem são eles? Nove militam em partidos de esquerda, sempre prontos a erguer a mão pesada do Estado contra os cidadãos. Dos outros cinco, três são ilustres desconhecidos fora de suas unidades da Federação, um é filho de Jader Barbalho, e outro, filho de Renan Calheiros! É preciso dizer mais alguma coisa?
Roberto Dufrayer (Rio de Janeiro, RJ)
Novo autódromo no Rio
Se já não bastassem as obras para Copa do Mundo e Olimpíada, nosso presidente deveria pelo menos ter a percepção de que este não é o momento (“Derrubada de 180 mil árvores embasa pedido contra autódromo de Deodoro”).
Sidney Marth (Piracicaba, SP)
Adoção
Difícil acreditar que a OAB e juízes sejam coniventes com a “coisificação” de crianças e jovens em desfile em shopping de Cuiabá (“Desfile da adoção em shopping é criticado por Defensoria em MT”). Absurdo nivelar seres humanos a animais irracionais, como sói acontecer em rodeios. O próximo passo serão anúncios de “oferta” nos classificados?
Maria Inês de Araújo Prado (São João da Boa Vista, SP)
PARTICIPAÇÃO
Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.