'Sem nenhuma base jurídica, querem crucificar Moro', diz leitor

The Intercept publicou mensagens atribuídas ao ex-juiz e atual ministro da Justiça

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Mensagens vazadas

O antídoto preconizado por alguns à “impunidade pura e simples” jamais poderia ser o “atropelo do devido processo legal” (“Atropelo ou impunidade”, de Pablo Ortellado). Da impunidade, nossa velha conhecida, surgiram as mazelas sociais com as quais convivemos. Do segundo, cujos traços acabamos de conhecer, advirá o caos verdadeiro.

Caetano Estellita Pessoa (São Paulo, SP)

Quanto achismo nas cartas publicadas nesta seção sobre o vazamento das conversas, que, diga-se de passagem, foram obtidas de forma ilegal. Por mera preferência ideológica e sem nenhuma base jurídica, leitores querem crucificar o ex-juiz e anular os benéficos efeitos da Lava Jato no combate à corrupção. Ainda existem muitos interessados em destruir a operação e inocentar os culpados já condenados em várias instâncias.

Antônio Carlos R. Fogaça (São Paulo, SP)

De “estou mandando o Bessias” e “tchau, querida” a “não é muito tempo sem operação?”, vamos constatando o seguinte: “O que dá pra rir dá pra chorar”.

Gesner Batista (Rio Claro, SP)

O promotor Roberto Livianu disse ser “normal” que os juízes “dialoguem” (obviamente, quis dizer cuidando de assuntos da causa) com procuradores e advogados (“Desqualificação da defesa da sociedade”). “Normal” onde? Senti-me uma honrosa exceção; afinal, são 20 anos de magistratura. E, mesmo que fosse “normal”, são inadmissíveis os temas dos diálogos.

Raul Moreira Pinto (Passos, MG)

Concordo com a opinião de Livianu! Primeiro, independentemente de qualquer coisa, houve um julgamento baseado em fatos jurídicos chancelado por mais de uma instância. Uma segunda questão é que a situação de “integração” entre julgador e acusação não é uma novidade do caso, pelo contrário! Goste-se ou não, é a regra nos casos mais relevantes em curso no Judiciário.

Juliano Olivetti (Londrina, PR)

O advogado ou o promotor podem ter como amigo um juiz. Poderiam conversar sobre qualquer assunto, até mesmo sobre decisões e jurisprudências. Mas creio que não poderiam conversar sobre um processo em que o advogado ou o promotor estivesse trabalhando nele e o juiz fosse o julgador. No mínimo, seria uma extrema falta de ética (“A tragédia do normal”, de Hélio Schwartsman).

Carlos Eduardo Salles (Santos, SP)

Alguém realmente se surpreendeu com as mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, imprensa inclusa? Quase todos os atos da dupla dinâmica não deixavam dúvidas das motivações políticas que moviam os integrantes da Lava Jato. Uma parte de juristas alertava para os excessos de procuradores e de ações ilegais do então juiz Moro, mas os alertas tiveram pouca repercussão diante do furor “cívico” que tomou conta do país. Resta saber se o TRF-4 também se deixou contaminar.

Mara Chagas (São Paulo, SP)

Mesmo se tratando de crime o vazamento das conversas privadas, parece estar claro que são verdadeiras e referentes a um processo em curso, objetivando conduzir a um fim eivado de questionamentos na forma e no desfecho?

Miguel Medeiros (Recife, PE)

Glenn Greenwald

Bolsonaristas pedem a expulsão do país do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, assim como Lula pediu a expulsão de Larry Rohter, do jornal The New York Times, que escreveu que ele bebia (“A ilegalidade não tolera o jornalismo”, de Joel Pinheiro da Fonseca). Duas faces da mesma moeda.

José Carvalho (São Paulo, SP)


José Padilha

O artigo “Manadas de WhatsApp”, de José Padilha, é uma boa reflexão sobre o rebaixamento da política no Brasil, onde as manadas, seitas e torcidas organizadas atuam não em função da afirmação de suas propostas e projetos, mas tão somente para a desqualificação dos que pensam de forma divergente. As manadas funcionam como seitas messiânicas submissas às redes sociais que abriram mão de pensar por conta própria. Assim será difícil construir um projeto de nação.

Hamilton Octavio de Souza (São Paulo, SP)

Decepcionante que, diante do rol de especialistas que podiam tratar dos vazamentos, a Folha tenha escolhido publicar logo um texto de José Padilha, que optou por (pasmem) falar sobre si mesmo.

Patrícia Pinto, advogada (São Paulo, SP)


Bolsonaristas X lulistas

Luiz Felipe Pondé prima pela assertividade de forma isenta e tão irrespondível que torna apequenados não só a postura e o discurso mambembe da classe política e seu indisfarçável DNA coronel-patrimonialista, mas também os arroubos da intelectualidade vigente, preocupada em demonstrar e defender seu faccionalismo retórico (“O Brasil irá à guerra?”). Assim, ambos os segmentos fazem-se cada vez mais distantes do penoso trabalho de pensar soluções e propor caminhos que venham a contemplar o interesse do povo.

João Baptista de Souza Negreiros Athayde (Piracicaba, SP)

Assim como existem faccionistas, existem os incendiários. Entre eles não há melhores ou piores. São todos malucos à procura de um “quase fato” para validar suas teorias e excentricidades.

Franco Oliveira (São Paulo, SP)


‘A praça é nossa’

O texto “A praça é nossa, tá ok?, de Anna Virginia Balloussier, é a síntese cômica (ou seria trágica?) do governo Bolsonaro. Renderam-me boas risadas as comparações dos atuais ministros com as personagens do humorístico.

Robert Mori (Uberaba, MG)


Redenção

Cabe esclarecer que não foram apenas 360 pacientes encaminhados para os Caps, mas sim todos os 3.960 que tiveram alta médica (“Em 2 anos, 56% dos viciados internados em São Paulo desistiram do tratamento”). O número de 360 refere-se aos pacientes que tiveram encaminhamento simultâneo para a assistência social. Portanto, não se pode afirmar que apenas 3% estejam no Caps. Da mesma forma, as 3.979 altas médicas concedidas fazem parte do total de 9.957 internações, e não das reinternações. Ou seja, 39% das internações cumpriram a etapa de desintoxicação.

Arthur Guerra, coordenador do Programa Redenção

Resposta da jornalista Mariana Zylberkan - A informação de que o total de 360 pacientes acompanhados pelos Caps após internações se refere aos que continuaram o tratamento foi fornecida pela Secretaria Municipal da Saúde e depois confirmada pelo coordenador.


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