Nas profundezas
Usando o mesmo linguajar chulo de Bolsonaro ("Folha desceu 'às profundezas do esgoto', diz Bolsonaro sobre suspeita de caixa dois em campanha"), digo que quem desce às profundezas do esgoto é o presidente, pois, ao convocar anunciantes a boicotarem veículos de comunicação por discordância com o que publicam, mostra mais uma vez o viés ideológico autoritário e ditatorial de seu governo.
Márcio Cristiano Alexandre (Londrina, PR)
Talvez a Folha tenha precisado ir mesmo às "profundezas do esgoto" para encontrar os que sempre viveram lá.
Dinaura Minieri Julles (São Paulo, SP)
O presidente Bolsonaro não argumenta, não se defende. Apenas ofende. Foge sempre a qualquer discussão racional. As razões são muito simples: não tem argumentos, não tem razão.
Francisco J. Bueno de Aguiar (São Paulo, SP)
Até agora, foram só bravatas, ataques à imprensa, discursos contra a esquerda, palavrões, piadinhas sem graça sobre mulheres e gays... E assim se foram os primeiros nove meses. Essa conversa agrada a seus eleitores por algum tempo, mas, quando começar a faltar comida na mesa e dinheiro na carteira, então esse discurso não agradará nem a eles. Quando irá governar e se comportar como um presidente? Daqui a pouco acabará a sua munição.
Carlos César Tavares (Rio Grande, RS)
Patifaria é indicar o filho como embaixador para a embaixada nos EUA, dar corda a um esquema de laranja, fazer de tudo para o filho não ser investigado, não reconhecer que o desmatamento está aumentando etc.
João Batista de Júnior (Brasília, DF)
Nina Horta
Morreu Nina Horta. Nunca nos encontramos, mas éramos íntimas nas trocas de email --umas com receitas, outras com histórias de vida. Há anos, quando Ferran Adrià esteve no Brasil, ela mandou-me uma brochura com as sofisticadas receitas do chef e um comentário ("E não me responsabilizo pelas receitas. Parece que o basco andou escondendo ingredientes e técnicas"). Vou sentir muita falta da coluna. Era o que eu lia em primeiro lugar. Um jeito de amenizar o noticiário do dia.
Switlana Nowikow (Cotia, SP)
Queiroz
Nós já tivemos presidente com caspa, com estrelas, presidente que não conseguiu assumir, um que se dizia caçador de marajás e até um sapo barbudo que conseguiu eleger um poste. Nós só não tínhamos um mal-educado ("'Tá com sua mãe', responde Bolsonaro a pergunta de ciclista sobre Queiroz", Poder, 5/10).
Mauro Lacerda de Ávila (São Paulo, SP)
Eu sei onde está o Queiroz. Mas o que eu quero mesmo é saber sobre aquele cheque na conta da Michelle.
Almir José Vieira da Silva (Itápolis, SP)
Carne vermelha
O que o ovo disse para o glúten? Calma, isso passa ("Novo estudo afirma que não há benefícios em restringir o consumo de carne vermelha").
Sérgio Silva Peixoto (Bebedouro, SP)
Democracia
É impressionante como o livro de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, "Como as Democracias Morrem", antecipa, com dados concretos, a morte das democracias por todo o mundo. A impressão que se tem é a de que o livro foi escrito depois de analisarem o governo brasileiro atual, inclusive no que se refere à intolerância, ao encorajamento à violência e à propensão de restringir a mídia --como a preferência por certos veículos de comunicação em detrimento de outros. Não podemos dizer que não fomos avisados.
Gésner Batista (Rio Claro, SP)
Lula
Fernando Haddad, no texto "Lula" (Opinião, 5/10), diz que é impossível um presidente da República comandar corrupção em uma estatal como a Petrobras. Mas basta citar apenas uma intervenção de Lula na Petrobras para exemplificar a importância dessas intervenções: a pressão no Conselho de Administração para reconduzir o diretor Paulo Roberto Costa, inclusive com ameaça de destituição dos conselheiros. Reconduzido, Paulo Roberto comandou um dos maiores esquemas de corrupção do mundo.
José Dalai Rocha (Belo Horizonte, MG)
Greta Thunberg
Ótimo, como sempre, Luiz Felipe Pondé em seu artigo desta segunda ("A guru mimada", Ilustrada, 7/10). Como, pelo menos por enquanto, é inviável matar dois terços da população, uma solução seria acabar com a população de pets (cada pet consome, em comida, remédios, vacinas e até roupas, como um ser humano). Obviamente que não a pauladas, como ratazanas prenhes, mas simplesmente proibindo a sua criação em escala industrial para divertir crianças mimadas e velhotas carentes. Alguém precisa assumir essa cruzada.
Albino Bonomi (Ribeirão Preto, SP)
Os coléricos ataques contra a ambientalista Greta Thunberg --que vão da foto fake postada no Twitter pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro a artigos como "A guru mimada", de Luiz Felipe Pondé (7/10)-- contêm os elementos para explicar a hedionda ação desta segunda-feira na Itália: um boneco pendurado e enforcado em uma ponte em Roma com o rosto da adolescente sueca.
Antonio Carlos Moreira (Guarulhos, SP)
O caminho errado
Parabéns a Oded Grajew por sua incansável busca por um país melhor ("O Brasil na contramão"). O texto explica que o que aconteceu na Escandinávia se deveu a um compromisso de toda a sociedade em considerar que todos fazem parte dela e que tudo o que for feito se reflete na própria sociedade. Nestes tempos de sectarismo burro, a voz de Oded Grajew é como um sopro de esperança.
Gustavo A. R. Maciel, professor da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)
Tributos
Reformar o sistema tributário é um dos passos que o Brasil pode dar para reduzir as suas extremas desigualdades. A excessiva tributação sobre o consumo penaliza os mais pobres, especialmente mulheres e população negra, e não contribui para a construção de um país justo e igualitário. É urgente uma reforma que reequilibre o sistema tributário, cobrando uma parte justa de quem pode mais --retomando a taxação sobre lucros e dividendos, por exemplo ("Retratos de família", Opinião, 7/10).
Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil (São Paulo, SP)
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