Uma pena o deputado Hélio Lopes ter uma leitura tão rasa da realidade, diz Pedro Mendonça de Oliveira

Negros e pardos, maioria no país, historicamente eram mal representados nas nossas universidades, diz Eberson Teodoro

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Racismo
Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é tornar-se opressor, como escreveu nosso patrono da educação. Uma pena o deputado federal Hélio Lopes ("Nossa cor é o Brasil", Tendências / Debates, 21/11), com uma trajetória de superação tão bonita, ter uma leitura tão rasa da realidade. Confunde sua exceção com regra e atrapalha assim os avanços sociais da nação.
Pedro Mendonça de Oliveira (São Paulo, SP)

Hélio Lopes, Bolsonaro e Onix Lorenzoni - Alan Santos/PR

Hélio Lopes diz que as cotas raciais não deveriam existir e que o certo seriam cotas sociais, tendo como critério a renda, e não a cor de pele. O deputado do PSL esquece que as universidades federais oferecem cotas também para pessoas pobres. E não há como fazer vista grossa para o fato de que a população negra e parda é maioria no nosso país, maioria que historicamente não se refletia nas nossas universidades.
Eberson Teodoro, jornalista (Joinville, SC)

Violência
Em 2018, 343 policiais foram assassinados por bandidos no Brasil --no estado do Rio, foram 63 os policiais militares mortos. Na Polícia Militar, afrodescendentes e pardos são metade do efetivo. Colocar a população contra as polícias é inaceitável e ignora o juramento que cada integrante faz ao ingressar na corporação: "Defender a população até com o sacrifício da própria vida". Generalizar é um grande erro.
Luiz Felipe Schittini (Rio de Janeiro, RJ)

Por fim, imagem sobre violência policial contra população negra rasgada pelo deputado Coronel Tadeu
Charge de Latuff sobre violência policial contra população negra rasgada pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) - Reprodução

Papel do jornalismo
Filho de jornalista e aspirante à profissão, minha primeira grande obra ao chegar à maioridade foi assinar a Folha. E claro que optei pela versão impressa do jornal. Não há prazer maior do que a leitura no papel. Vida longa à tinta!
André H. Fleury Moraes (Santa Cruz do Rio Pardo, SP)


Revoltas
Primeiro foi na Venezuela. Logo os protestos espalharam-se por Equador, Chile, Bolívia e, agora, chegam à Colômbia. E o nosso Brasil? Fizemos a reforma da Previdência quase sem movimentos nas ruas, a reforma administrativa está sendo gestada e parece que nosso povo está anestesiado. Será que essa calmaria será sustentada com essas iniciativas pífias, que não resolvem os graves problemas sociais de longa data?
Rodolpho Odair Sverzutti Cava (Cafelândia, SP)

Bolsonaro
Se os eleitores iludidos por Bolsonaro (não os bolsonaristas de extrema direita) tivessem um pouquinho de honestidade intelectual para reconhecer seu erro, deveriam estar nas ruas com a mesma indignação de quando clamavam pelo impeachment de Dilma. São vergonhosas as atitudes deste governo inepto e contrário aos interesses do povo e, portanto, do país. Mas parece que, em nome da economia neoliberal, esse pessoal prefere dar uma de avestruz.
Rodolpho Motta Lima (Rio de Janeiro, RJ)

Na época, eles nem desconfiavam. Mas, quando Fernando Henrique forçou a barra para a reeleição, quando Lula caiu nos braços dos grandes empreiteiros, quando Michel Temer e Aécio Neves mantiveram aqueles papos cafajestes com Joesley Batista, todos eles estavam gerando Jair Bolsonaro e o relativo sucesso de seu rancor, suas balas e suas Bíblias.
Carlos Moraes (São Paulo, SP)

Henry Sobel
Sempre que penso em quão difíceis têm sido as lutas daqueles que prezam a tolerância religiosa e de opinião, o meio ambiente e a garantia dos direitos fundamentais da dignidade humana, lembro-me da importância e do papel que tiveram Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel e Jaime Wright para a redemocratização brasileira. Que seus exemplos, como o respeito à vida e ao bem comum, se sobreponham às mesquinharias e aos projetos de ódio.
José Clóvis (São Paulo, SP)

Sobel nos deixa em tempos sombrios. Fica a chama acesa da esperança e da fé. Que a terra lhe seja leve.
Edson Domingues, sociólogo (São Paulo, SP)

Foram-se os três celebrantes da inesquecível cerimônia ecumênica na catedral da Sé por Vlado Herzog, então tempos bicudos: o pastor Jaime Wright, o cardeal Paulo Evaristo Arns e, agora, o rabino Henry Sobel.
Carlos A. Idoeta (São Paulo, SP)



Com a morte do rabino Henry Sobel, o Brasil e a coletividade judaica do mundo inteiro perdem uma grande referência: amigo leal, ético e corajoso. Estive no culto ecumênico em 1975 na praça da Sé, quando aquele rabino jovem se pronunciou dramaticamente a favor dos direitos humanos e contra a tortura no Brasil. Dia de grande tristeza para todos nós.
Fabio Feldmann (São Paulo, SP)

Serginho Groisman entrevista o rabino Henry Sobel em 2018 - Globo - 15.jun.2018/Divulgação

Fim da vida
"Inteligência artificial ajuda a 'eleger' doente candidato a cuidado paliativo" (Saúde, 22/11). Tão importante quanto a conduta correta a ser tomada por nós ou por algoritmos é a inteligência emocional e espiritual para sabermos enfrentar o fim da vida.
Leiser Franco (Goiânia, GO)


Mão de obra barata
A educação, nos anos PT, ampliou vagas e verbas, mas não teve "revolução". Verbas foram para prefeituras, estados e empresas educacionais, e não se reestruturou a educação. A lorota do programa Primeiro Emprego, de Lula, voltou com outro nome, mas, com os cortes de verbas nas escolas técnicas feitos pelo mito néscio, onde empresas contratarão menores de idade?
João Bosco Egas Carlucho (Garibaldi, RS)


Emprego
Contra números não há argumentos. Segundo o Caged, foram criados 70,8 mil empregos com carteira assinada em outubro --sétima alta consecutiva, perfazendo um total de 846 mil novos postos formais. Sinal claro de retomada da economia, ainda que tímida. É lamentável que críticos ferrenhos do governo evoquem a flutuação da Bolsa nos últimos dias, acompanhada da alta do dólar, como sinais de mau desempenho da economia.
Luciano Harary (São Paulo, SP)

Trabalhadores formam fila em São Paulo em busca por vaga na empresa G4S, multinacional inglesa na área de segurança. - Danilo Verpa/Folhapress

Saneamento
Em relação ao artigo "O saneamento básico é um direito", 21/11), informo que a legislação já permite todas as formas de participação privada no setor (concessões, PPPs, abertura de capital...). O governo federal e as entidades do setor privado querem criar um monopólio privado na área. E é uma falácia que o setor privado aplicará mais recursos --Manaus, por exemplo, teve empresa de saneamento privatizada há 20 anos e está em 98º lugar no ranking do Trata Brasil.
Abelardo de Oliveira Filho, ex-secretário de Saneamento no Ministério das Cidades (Salvador, BA)


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