Estado não cria ações culturais para afastar os jovens de ambientes perigosos, diz Moisés Spiguel

Para Luiz Carlos dos Santos, quando acontece uma tragédia como a de Paraisópolis, parte da população até a justifica

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Paraisópolis
Muitos atribuem a culpa pela brutal tragédia de Paraisópolis aos próprios jovens, por quererem se divertir em bailes funk. Mas esses jovens frequentam esses locais de diversão por serem os únicos a que têm acesso. Seriam escorraçados se tentassem chegar perto do clube Paulistano ou do Pinheiros. E o estado, que os vê como se vivessem em Marte, nunca se preocupou em criar ações culturais para afastá-los de ambientes perigosos. Condená-los à morte não é a solução.
Moisés Spiguel (Campinas, SP)

Há 41 anos, com moradores de favelas e das periferias, presencio os pancadões que policiais aplicam nos jovens e adolescentes dessas regiões. É corriqueiro. O problema no Brasil é que, quando isso acontece no varejo, não se dá importância. Só importa no atacado. Um aqui, outro lá e mais um acolá, levando socos e tapas na cara, é normal. E, quando acontece uma tragédia como esta em Paraisópolis, até o governador de São Paulo acha que é normal. Pior, parte da população até a justifica.
Luiz Carlos dos Santos, Movimento Atitude pela Paz (São Paulo, SP)

O subsecretário de Comunicação do Governo do Rio, Gabriel Aquino (Painel do Leitor, 5/12) diz que "em nenhum momento o governo do estado compactuou com a violência". E onde fica a política do governador Witzel, que diz que é "para mirar na cabecinha"? Aquino diz que "todas as mortes por agentes do estado estão sendo investigadas." Mas investigação é garantia de quê? Marielle Franco e os inúmeros mortos continuarão mortos. Em São Paulo, os "9 de Paraisópolis" também sumirão nas investigações de Doria. Lá e cá, a política do estado é a mesma: violência excessiva e legalizada.
Luiz José de Souza (São Paulo, SP)

Ambiente
Vivemos tempos de cegueira em relação ao meio ambiente ("Após falar com infratores, Salles breca fiscalização na reserva Chico Mendes", 5/12). Governantes que por ora estão no poder se esmeram em pactuar com queimadas e outras atividades que levarão a um prejuízo sem precedentes contra a natureza. O ministro Salles poderá entrar para a história. Ainda tem tempo de escolher de que maneira.
José Roberto das Neves Santos (São Paulo, SP)

Talvez Salles entenda "meio" ambiente como a metade do ambiente inteiro e esteja querendo chegar lá. Quanto à reunião com o grupo que afronta a lei, é assunto para a Procuradoria-Geral da República.
Thomas Hahn (Cotia, SP)

Não há dúvida nenhuma de que precisamos conciliar a preservação do meio ambiente com as atividades para o desenvolvimento de um estado ou de uma região. Mas o ministro Salles, ao receber grileiros que comprovadamente degradam ilegalmente o meio ambiente e, pior, ao acatar o pedido deles para parar a fiscalização, dá às palavras "receber" e "acatar" um forte significado: o ministro tem interesses inconfessáveis.
Tsuneto Sassaki (São Paulo, SP)

Ao ler a reportagem "Após falar com infratores, Salles breca fiscalização na reserva Chico Mendes", tive uma sensação ruim, de nojo mesmo. Aguardo com ansiedade as respostas do ministro Ricardo Salles para as perguntas que a Folha lhe fez. Quem sabe passará esse meu mal-estar.
Pedro Borges Salum (São Paulo, SP)


Fundo eleitoral de R$ 3,8 bi
Onde estão aqueles candidatos que se apresentaram como integrantes da "nova política" e prometeram dar à "Casa do Povo" um mínimo de moralidade em relação ao dinheiro público ("Veja quais partidos apoiam inflar o fundo eleitoral com dinheiro de áreas sociais", Poder, 5/12)? É hora de fazer menção e dar nome aos partidos que negaram o escandaloso pretenso aumento do fundo eleitoral: Podemos, Cidadania, PSOL e Novo. Parece que esses partidos honraram com seu compromisso, ao menos no que tange ao Fundo Eleitoral.
José Antônio Santos Farina (São Paulo, SP)

Tirar recursos da educação, da infraestrutura e da saúde para engordar o fundo eleitoral é medida que provoca nojo e revolta. É uma imoralidade e uma irresponsabilidade do tamanho do Brasil. Espera-se o veto presidencial a esse projeto vexatório de Vossas Excelências.
Márcio Peixoto Lauretti (Socorro, SP)

Que tal zero reais para o fundo eleitoral? No momento em que passamos mais uma vergonha num exame global de educação, em que falta até gaze nos hospitais públicos, R$ 3,8 bilhões não seriam um começo para investimento nesses setores? Os digníssimos candidatos que explorem as mídias sociais e captem recursos com seus apoiadores.
Rodrigo Andrade (Belo Horizonte, MG)


Governos
Há uma tendência neste Painel do Leitor de "ou era isso ou era o PT". Uma falácia. Por que os não fanáticos por Bolsonaro não se informaram um pouco sobre a vida do parlamentar? Bolsonaro sempre foi isso que está aí --e não chegaria ao Congresso numa votação séria. Ainda dá para responsabilizar, sim, quem não foi eficiente no combate ao PT e não buscou outra opção ao partido que não fosse Bolsonaro. Não é só o PT que precisa de autocrítica!
Anísio Franco Câmara (São Paulo, SP)

Na coluna "Eles se tornaram governo", de Bruno Boghossian (Opinião, 5/12), fica explícito que nas mãos deste governo o Brasil não tem futuro, mesmo que a economia mostre alguma pequena melhora. É surreal.
José Dieguez (São Carlos, SP)


Educação
O colunista Fernando Haddad certamente tem uma avaliação pessoal para as causas do desempenho pífio dos estudantes nos recentes testes do Pisa, já que teve sob sua responsabilidade, por sete anos, o Ministério da Educação. Mais ainda. Tendo sido candidato à Presidência da República, deve ter formulado uma estratégia para aprimorar a educação de nossos jovens. Poderia compartilhá-la conosco em sua coluna do próximo sábado.
Aldo Portolano (São Paulo, SP)


Mortes pela PM
Em relação à nota "Para o alto" (Mônica Bergamo, 5/12), informo que todos casos de mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigados pelas corregedorias das polícias, com o acompanhamento do Ministério Público e do Judiciário. A Secretaria de Segurança Pública e a PM não compactuam com desvios de conduta de seus agentes e, se comprovada qualquer irregularidade, os envolvidos são responsabilizados nos termos da lei. De janeiro a outubro deste ano, 2.479 inquéritos por desvios de conduta foram instaurados no estado.
Vinicius Traldi, diretor de comunicação da SSP (São Paulo, SP)


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