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Filhos têm de trocar abraços por reuniões virtuais no Dia das Mães; leia relatos

Isolamento social imposto pelo novo coronavírus força encontros pela internet

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São Paulo

A quarentena imposta pelo novo coronavírus obrigará a troca de colo e abraço apertado por reuniões virtuais no domingo (10), quando é celebrado o Dias das Mães.

Muitos filhos e filhas estão há semanas sem visitar os pais para protegê-los de uma possível contaminação, uma vez que pessoas mais velhas são de grupos de risco. Ainda assim, não deixam de transmitir carinho e usam a criatividade para agradar os familiares.

Uma leitura afirma à Folha que tenta compensar a ausência física com chamadas virtuais, embora, diga, ainda não inventaram um emoji que substitua o abraço de sua mãe. Outra leitora relata que pretende encomendar um almoço para sua mãe e avó, com o prato favorito das duas.

Quase todos contam que sentem saudades e o coração apertado por causa do distanciamento forçado e expressam amor e gratidão pelas mães.

Leia a seguir relatos de leitores da Folha sobre como pretendem passar o Dia das Mães.

Meu Dia das Mães neste ano será atípico, pois estarei longe da minha família. Estava de viagem marcada, já que não moro mais em São Luís, para passar a data ao lado da minha mãe, avó, tias, cunhadas e amigas. Contudo, os planos tiveram que passar por uma modificação com a chegada da pandemia.

Como não poderei me fazer presente, encomendei um almoço para ser entregue na casa da minha mãe e avó com o prato favorito das duas. Para as outras mamães queridas, comprei bolo vulcão com a cobertura preferida de cada uma delas. Esta foi a forma que achei para amenizar a saudade e dizer o quanto essas mulheres são importantes para mim (Ana Carolina Ribeiro Viégas, de Porto Velho, RO)

Este ano é um ano atípico. Eu, do outro lado do mundo, e ela lá, com meu irmão. Ela, convivendo com a doença e eu, convivendo com a saudade.

Infelizmente, eu não posso estar com ela. Infelizmente, eu não posso dizer para ela palavras que não precisam da boca. Beijos e abraços não vão ser trocados este ano. Não só pela distância formal, mas mesmo que eu volte a tempo, eu não iria sonhar em abraçá-la sem antes ter certeza de que eu não estou segura. Segura para ela. Segura para que nosso amor continue firme por muitos anos.

Eu quero que, nesse Dia das Mães, ela saiba que mesmo com mais de 18 mil km de distância, com um fuso de 12h, com uma doença nova no ar, e com asneiras e besteiras atrapalhando a recuperação do mundo, o que eu sinto por ela continua mudando, continua crescendo e continua lindo.
(Luísa Maria Candeo Haddad Figueira, de Yongin, Coreia do Sul)

Não é o primeiro Dia das Mães longe da minha que está em Pernambuco nesse exato momento, mas é o primeiro em que vou passar de coração apertado, pois vivemos tempos incertos.

O que eu diria para minha mãe neste Dia das Mães? Eu acho que todas as mães têm muito mais a dizer do que nós. Pois só quem passou pela gestação e já sentiu a magia de dar a luz e a vida a alguém pode entender, num momento difícil como esse, que podemos e vamos reviver, ver o mundo. Mãe é cuidado, fé, carinho. A todas as mães que se mantém acesas: que essa luz não se apague, esse amor é o que te move!

À dona Lourdes: o amor de sempre! Te cuida, visse? (Paola Ferreira, de Connecticut, Estados Unidos)

Há quase dois meses vim passar a quarentena com meu namorado no ABC, não achei que duraria tanto. Minha ideia seria voltar para o Dia das Mães e ficar nem que seja uma semana em casa na zona leste da capital. Ela me pediu para que eu fique aqui ainda, começamos separadas a quarentena e ela está tendo que ir trabalhar, fica com medo de me deixar sozinha e com medo de contágios e transmissões.

A sensação é uma mistura de saudades, com desespero e "não sei mais o que fazer". Não vai ser o primeiro Dia das Mães longe dela, mas o primeiro de aperto no peito, preocupações e pandemia. (Amanda de Sousa, de São Paulo, SP)

Moro em Conquista há três anos, desde que passei para a UFBA, no curso de medicina. Em teoria, nessa altura do ano, em meio às provas e práticas em unidades de saúde e hospitais, meu Dia das Mães seria longe da minha mãe de qualquer maneira. Mas está tudo diferente, não?

Nessa aflição de "o que vai acontecer", dona Nilce está sempre do outro lado da chamada. Quando terminei o namoro, quando invento receitas, quando não sei como limpar o teto, quando estou entediada, quando estou comigo mesma neste apartamento e me sinto tão literalmente só. E ela está lá, fazendo máscaras de tecido para vender e doar, sofrendo a perda da sogra querida, cuidando dos meus irmãos, se preocupando de longe por mim.

Eu te amo, minha mami. Um feliz Dia das Mães. Cuidem-se, por favor. (Bruna Almeida, de Vitória da Conquista, BA)

Ah, mãe... Que saudade que eu tô do seu abraço. Você passou por um bocado nos últimos anos, né? E a gente também.

Justo neste ano que estávamos nos aproximando mais e nos conhecendo melhor --para além de mãe e filha, mas como pessoas e personalidades-- isso acontece. A falta que sair com você para tomar um café e conversar sobre a vida está me fazendo é aquele tipo de dor bem ardida no peito. Claro que a gente tenta compensar no virtual, mas ainda não inventaram um emoji que substitua seu abraço.

Te parabenizo não só pelo dia, mas pela pessoa forte e calorosa que você é. Que meu te amo atravesse fronteiras até chegar onde você está, porque te amo muito mesmo. Feliz dia! (Letícia Valle Brañas Perfeito, de São Paulo, SP)

Sou mãe de três filhos, neste Dia das Mães a única coisa que peço é saúde, pois todos os dias temo em pegar esse vírus e não sobreviver para acabar de criar meus filhos. Só quero que tudo isso passe!
(Ana Claudia de Souza da Silva, do Rio de Janeiro, RJ)

Neste ano passarei o Dia das Mães trabalhando (como em tantos outros), fazendo aquilo que amo e escolhi ser a minha rotina: cuidar do próximo. Porém neste ano, não vou poder abraçar os pacientes, colegas do plantão ou mesmo a minha mãe na saída do trabalho ao passar em sua casa.

Estarei cuidando de tantas outras mães, sabendo que alguém cuidará da minha se assim for necessário. (Guilherme Ramos de Faria, de Nova Lima, MG)

Minha mãe morreu há 20 anos, eu sinto muita falta dela, mas eu fui recomeçar a minha vida do zero. Eu não morava mais com ela quando aconteceu o óbito. Casei e tive um filho que está com 19 anos, já é independente, não mora comigo, a gente tem contato assim mesmo.

Vai ser bem fora de padrão, sem festa e sem enfeites, na moda da quarentena. (Denise Teixeira de Abreu, de Mogi das Cruzes, SP)

A data é 17 de janeiro de 2020, sou agraciado com uma notícia feliz em meio à crescente disseminação do novo coronavírus na China. Fui convocado em um concurso municipal no interior do Estado de São Paulo, ao qual havia prestado dois anos atrás.

Hoje faz exatos cinco meses que não nos vemos, estamos longe fisicamente, mas conectados graças a tecnologia e perseverantes que essa fase de incertezas irá passar, desde que tenhamos consciência e nos protegermos conforme orientações dos órgãos competentes.

Minha mensagem à dona Luciana é que o Dia das Mães deste ano, não será tão acalorado, quanto o de anos anteriores, mas será repleto de amor e carinho para uma pessoa guerreira e batalhadora que agora além de ser minha grande heroína, amiga e mãe, será também avó!!! (Mayson Henrique da Silva, de São João da Boa Vista, SP)​

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