Estupro de criança de 10 anos ainda é o tema mais comentado

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Estupro de criança
Parabenizo a posição mais do que sensata da Folha sobre a mostra de intolerância e obscurantismo religioso no episódio chocante da menina grávida em consequência de seguidos estupros ("Direito ao aborto", Opinião, 20/8). O texto se estende para o tema polêmico, mas sempre atual, da descriminalização da interrupção da gravidez, tanto as interrupções regulamentadas pela lei como as que deveriam ser legalizadas em seus estágios iniciais.
Amanda Pinto da Fonseca Tojal (São Paulo, SP)

Militantes de defesa dos direitos das mulheres fazem protesto contra a cultura do estupro no Brasil - Pedro Ladeira/Folhapress


Muito bom o editorial em defesa dos direitos legais da frágil criança para interromper a gestação e preservar sua vida. O Estado laico não comporta atitudes agressivas de intolerância na tentativa de impor, com constrangimento ilegal, uma visão religiosa. A lei garante o direito ao aborto, e não obriga que se submetam ao procedimento aqueles que por força de suas crenças não o querem. Influência religiosa em políticas públicas faz mal à saúde e põe vidas em risco.
Cristião Fernando Rosas, coordenador da Rede Médica pelo Direito de Decidir (São Paulo, SP)

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Neste contexto de obscurantismo em que nós estamos vivendo, é sempre um alento ver que um veículo de imprensa com a relevância da Folha está tendo coragem de trazer às suas páginas o tema do aborto --e principalmente em sua defesa. É um trabalho fundamental para garantir direitos de meninas e mulheres de todas as faixas de renda, mas sobretudo daquelas que não têm dinheiro para recorrer a um aborto de forma privada.
Débora Thomé, pesquisadora do Laboratório de Estudos de Gênero da UFF (Niterói, RJ)

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Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, e pastores pentecostais comportam-se como discípulos do diabo na questão do aborto da menina estuprada que engravidou. A Igreja Católica, que já queimou vivas muitas pessoas em nome de uma fé hipócrita, não tem moral para julgar ninguém.
Paulo Sérgio Arisi (Porto Alegre, RS)

Dom Walmor de Oliveira, presidente da CNBB - UOL


É surpreendente a desfaçatez dos ditos "cristãos", que, sem compaixão e sem um mínimo discernimento, acusaram o médico de assassino. Mas nenhum deles foi à porta da delegacia acusar o tio pela monstruosidade contra a sobrinha. Estes são os mesmos que se calam diante de abusos semelhantes perpetrados por padres e pastores.
Ângela Luiza Silva Bonacci (Pindamonhangaba, SP)


Dossiê antiantifascista
Augusto Aras defendeu a legalidade do dossiê antifascista, o que coloca em risco a democracia no Brasil. O procurador-geral da República não cumpre sua função de se manter equidistante. Isso prova que está funcionando o leilão de vagas ao STF que Bolsonaro constantemente promove.
Paulo Bittar (São Paulo, SP)

Bannon
A prisão de Steve Bannon é um duro golpe ao extremista Donald Trump e a todos os que o seguem, trazendo riscos à família Bolsonaro, pelas más influências e situações aqui copiadas e que poderão ser expostas em futuras delações por Bannon. Foi solto. Mas foi um grande dia para os democratas nos EUA e para a democracia lá e no Brasil.
José Alexandre Coelho Silva (Mogi Mirim, SP)


Arte e espaço
Espero que o mesmo espaço que teve Romero Brito ("Minha missão é alegrar o mundo", Tendências / Debates, 20/8) tenha a pessoa que quebrou a sua obra. Afinal, é preciso saber as motivações de ambos.
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)

Mulher quebra uma peça de Romero Britto diante dele - Faye Pindell no Tik Tok


Difícil, muito difícil
Bolsonaro declara que "é difícil governar assim". Quero que ele imagine como é difícil "ser governado assim", com um presidente completamente despreparado, que, por exemplo, acha que as Forças Armadas são mais importantes do que a educação.
Gesner Batista (Rio Claro, SP)


Privatizações
O governo paulista encaminhou a peça orçamentária do ano que vem com propostas absurdas. O governador parece não estar disposto a discutir com a profundidade e a seriedade necessárias a extinção ou venda de empresas públicas, autarquias e fundações. É irresponsável Doria culpar a pandemia por suas ideias extremamente liberais. É legítimo sugerir a privatização de estatais, mas é ilegítimo enviar tudo em uma única peça, sem se aprofundar e sem se dispor a prestar os esclarecimentos necessários. O governador não é proprietário dos bens do estado. É apenas um servidor, pago para ouvir as decisões dos patrões, todos os paulistas.
Willian Martin (Guararema, SP)


Universidades paulistas
O deputado do PSDB Carlos Pignatari, em seu artigo "A necessária modernização paulista" (Tendências / Debates, 20/8), faz uma confusão ao afirmar que os recursos subtraídos das universidades estaduais paulistas e da Fapesp pelo projeto de lei 529/2020 serão "utilizados para pagar professores, pesquisadores e servidores aposentados, inclusive das próprias universidades e da Fapesp". Isso não é correto. As universidades pagam os salários dos seus professores e técnicos. Por outro lado, os funcionários da Fapesp são contratados no regime da CLT, e as aposentadorias oneram o INSS. Por último, é bom lembrar que não existe dinheiro sobrando, e sim comprometido com obrigações futuras.
Oswaldo Baffa, professor da USP de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, SP)

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Em relação ao artigo do deputado do PSDB Carlos Pignatari ("A necessária modernização paulista" 20/8), USP, Unicamp e Unesp esclarecem que o recolhimento de recursos dessas universidades ao Tesouro do Estado infringe, sim, a autonomia universitária, garantida pela Constituição. A autonomia de gestão inclui a liberdade do uso desses recursos, e seu recolhimento ao Estado interfere na liberdade de programação de projetos. As universidades pagam as aposentadorias dos docentes e dos funcionários técnico-administrativos. Com a pandemia, os repasses de ICMS sofreram grande redução, mas as três universidades continuam dando respostas às demandas emergenciais.
Fabio Mazzitelli de Almeida, assessoria de comunicação do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (São Paulo, SP)

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