Leitor comenta distribuição desigual de vacinas pelo mundo

'Moro aceitou ser ministro de um presidente que defende o AI-5; é preciso dizer mais?', diz leitor

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Vacinas

Estarrecedora a divulgação de que 81% das vacinas contra a Covid foram para países ricos, enquanto apenas 0,3% foi para os pobres. Lembrei-me do antigo globo da morte que víamos nos circos. Três motocicletas giravam simultaneamente ali dentro. A sincronização, a destreza dos pilotos e a qualidade das máquinas tinham de ser absolutas para evitar um desastre. O Primeiro Mundo não percebe que o coronavírus pôs a humanidade num grande e único globo da morte?
José Dalai Rocha (Belo Horizonte, MG)


Sem censo
O Brasil sem censo navegará no escuro ("Governo confirma que não haverá Censo do IBGE em 2021", Mercado, 23/4). O governo Bolsonaro e o Congresso, na confecção do Orçamento irreal de 2021, optaram pela ignorância dos dados. Tiraram recursos de despesas obrigatórias para emendas parlamentares às vésperas de ano eleitoral; política pequena. E, sem o raio-x do Brasil, ameaçam os rumos de projeto de nação.
Calebe Henrique Bernardes de Souza (Mogi das Cruzes, SP)

Lava Jato
Como cidadão brasileiro, confesso que tenho vergonha, a chamada vergonha alheia, quando assisto a autoridades da alta cúpula do Judiciário votarem para manter a decisão que declarou suspeito o ex-juiz Sergio Moro. Uma decisão estarrecedora, no pior sentido do termo. Só para dizer o mínimo ("Supremo forma maioria para confirmar decisão que declarou Moro parcial em caso de Lula", Poder, 23/4).
Maria Elisa Amaral (São Paulo, SP)

Melancólico o país em que o Supremo Tribunal Federal se deixa enrolar por questões formais (e, inacreditavelmente, seus membros ostentam todo o tipo de privilégios para isso) para anular condenações judiciais incontestáveis do ponto de vista criminal.
Ademir Valezi (São Paulo, SP)

Moro aceitou ser ministro da Justiça de um presidente que defende reiteradamente o AI-5 e nega a própria Justiça. É preciso dizer mais? O bom é que, para isso, ele abriu mão da magistratura. Um juiz corrupto a menos no mundo. O STF curvou-se à realidade.
José Marcos Thalenberg (São Paulo, SP)


Pior
"Um dia após promessa na Cúpula do Clima, Bolsonaro corta verba para meio ambiente" (Ambiente, 23/4). Pior do que cortar a verba para o meio ambiente foi cortar as verbas para a saúde e a educação. Tal ato comprova que para este governo essas necessidades essenciais do povo são menos importantes do que verbas para gastos militares.
Fauzi Salmem (Rio de Janeiro, RJ)

Espero que essas notícias cheguem diariamente ao conhecimento de Biden. Quero ver se os americanos vão mandar nem que seja US$ 1 para ajudar Salles e Bolsonaro a derrubar as árvores da Amazônia. Vão ficar a ver navios.
Ana Maria Marques (Jundiaí, SP


O homem da xepa
Vergonha internacional. Senti-me humilhado com a fala de Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima. Ele ali, solicitando verba estrangeira, ou melhor, a xepa de fim de feira para limpar a própria casa. Em troca dela, prometeu acabar com o desmatamento na Amazônia —em 2030!!. Esse homem é louco ou está brincando com a inteligência alheia.
Luiz Carlos Guimarães Brondi (Araraquara, SP)

Salles, Bolsonaro e França na Cúpula de Líderes sobre o Clima, por videoconferência - Marcos Corrêa/PR



Manter Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente só prova que a política desse flagelo chamado Bolsonaro é a destruição da Amazônia, do Pantanal e dos paraísos ecológicos. Salles é o office boy de luxo que comanda a destruição. Torço para que nenhum país envie dinheiro para o Brasil enquanto tivermos esse governo fascista, pois essas verbas servirão para comprar motosserras, tratores, correntões e armas para dizimar pequenos proprietários e indígenas.
Henrique Ventura dos Reis (Rio de Janeiro, RJ)


Armênia
Neste 24 de abril, completam-se 106 anos das mortes de 1,5 milhão de armênios, premeditadas entre 1915 e 1923. Biden diz que os EUA irão reconhecer o genocídio do povo armênio sob domínio do Império Otomano. Em 2008, Obama se comprometera a reconhecer o genocídio, embora não o tenha feito em seus dois mandatos. Em 2019, Trump afirmou que não foi um genocídio, contrariando a aprovação unânime do Congresso americano. Está difícil acreditar em presidentes americanos. Vamos aguardar...
Krikor Boyaciyan, doutor em ciências da saúde pela Unifesp (São Paulo, SP)

Manifestantes participam de marcha em Ierevan (Armênia) para lembrar os 106 anos do massacre de 1,5 milhão de armênios pelo Império Otomano, durante a Primeira Guerra Mundial - Karen Minasyan/AFP

Palestina
"Em live, nata do olavismo elogia palavrões de guru e o compara a Santos Dumont" (Saída pela Direita, 22/4). Esclareço ao empresário olavista Leandro Ruschel, morador de (surpresa!) Miami, que defender a justa causa palestina não é coisa de esquerda ou de direita. É simplesmente coisa de justiça. E de humanidade.
Mauro Fadul Kurban (São Paulo, SP)


Ministros
Se presidente, senador, deputado, prefeito e vereador, eleitos pelo voto popular, têm mandatos com prazos definidos, por que não adotar isso também para ministros escolhidos por critérios subjetivos? Eternas são as divindades.
Paulo Tarso J. Santos (Barretos, SP)


Cuba
A verdade está nos fatos.
A Embaixada de Cuba acompanha o portal de notícias da Folha diariamente, por ser um meio transcendente no cenário informativo do Brasil. Mas nos deixou indignados o editorial "Nuances da ditadura" (22/4), que calunia o nosso país. Não vale nem a pena discutir o termo "ditadura" do título.
Poderia ser objeto de esclarecimentos em outro momento.

Temos um sistema político que goza de ampla participação popular, desde a adoção de suas leis, incluindo a Constituição, até o aproveitamento dos direitos primordiais de todos os cidadãos, sem exclusão, ao trabalho, à moradia e aos serviços e direitos, como a saúde, a educação, a segurança. Em todos os planos, a dignidade plena.

Não temos crianças nas ruas pedindo dinheiro ou trabalhando nem desnutrição infantil. Todos estudam e são felizes. Um projeto diferente que merece respeito e é apoiado e defendido pela imensa maioria do povo cubano. Se a Revolução Cubana não fosse profundamente livre e democrática não estaria no poder, nem os cubanos haveriam resistido mais de 60 anos a bloqueios e agressões, nem praticado a solidariedade com o mundo, nem saberíamos apreciar a dignidade que nos mantém e a vida que se nos negam.

As referências à “sempre claudicante economia cubana”, “um país que vivenciou décadas de fracassado planejamento estatal”, sem mencionar a causa principal de nossos problemas, ignora e deturpa nossa realidade.

As penúrias económicas de Cuba e a angústia de seu povo pela escassez e dificuldades têm como causa essencial a guerra não convencional nem declarada dos Estados Unidos da América e de seus aliados contra Cuba, cujo principal expoente é o "bloqueio" genocida que pretende, em vão, render nosso povo pela fome e doenças.

Seu propósito estava claro em um documento oficial do governo norte-americano que perdeu o sigilo e que dizia que “o único modo previsível de tirar apoio interno (ao governo cubano) é mediante o desencanto e a insatisfação que surjam do mal-estar econômico e das dificuldades materiais… Há que empregar rapidamente todos os meios possíveis para debilitar a vida econômica de Cuba… uma linha de ação que… consiga os maiores avanços na privação à Cuba de dinheiro e suprimentos, para reduzir seus recursos financeiros e os salários reais, provocar fome, desespero e a queda do governo”.

Esse propósito qualifica como genocídio na Convenção das Nações Unidas para a prevenção e a sanção desse delito de genocídio, que entende como tais os atentados graves contra a integridade física ou mental dos membros de um grupo humano e a submissão intencional do grupo a condições de existência que levarão a sua destruição física total ou parcial (Art.1.b y 1.c).

Esse bloqueio criminal causou danos imensos à economia cubana em 60 anos, superiores, a preços constantes de ouro, a um trilhão de dólares. Seu caráter extraterritorial e violador do direito internacional e da carta das Nações Unidas gerou a condenação quase unânime da comunidade internacional. Também por seu caráter injusto, abusador e eticamente inaceitável.

Fomos, antes da Revolução, uma ilha neocolonizada, monoprodutora, monoexportadora, analfabeta, submetida ao desígnio ianque. A Revolução a transformou. Nossos indicadores de saúde, de educação, de segurança; nossos resultados científicos e esportivos; a felicidade das nossas crianças; a igualdade de oportunidades para todos... Tudo são conquistas a que não renunciaremos, apesar das graves consequências do bloqueio e das agressões contra nosso projeto revolucionário. Pelo bem de Cuba e dos cubanos.

Não conseguimos ter uma economia robusta sobretudo pelo bloqueio e agressões desde o início da Revolução, porém alcançamos uma economia capaz de defender-se da primeira potência militar e econômica do mundo e manter e consolidar conquistas sociais que hoje são um idílio, inclusive para países desenvolvidos.

Analisem os indicadores de desenvolvimento humano do nosso país e os resultados frente à pandemia. Eles falam por si só.

Embaixador Rolando Gómez González, encarregado de Negócios da República de Cuba no Brasil (Brasília, DF)

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