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Nós, mais velhos, podemos ser gamers, diz leitor

Leitores da Folha contam experiências como gamers e indicam jogos favoritos

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São Paulo

No último sábado (29), Dia Internacional do Gamer, a Folha perguntou a seus leitores se havia gamers entre eles.

Sim, há. Um deles é Paulo Godoy, 50, paulista que assina o jornal há mais de 25 anos e que teve sua estreia nos jogos eletrônicos com o telejogo, aquele que Paulo definiu como “uma espécie de tênis entre duas barras”. Preciso.

Cena do game Red Dead Redemption II
Cena do game Red Dead Redemption II - IMDB

A paixão começou ali e amadureceu. “Claro que a frequência nos fliperamas era alta e depois vieram “drogas” mais pesadas como Atari e os primeiros Apple. Meu momento de glória foi ganhar um Apple II usado que me fez mergulhar nos computadores”, diz.

E então mais games. Super Nintendo, Megadrive, Nintendo 64 e Playstation 2 foram alguns dos consoles. O PS2, inclusive, fez bater mais forte o coração do leitor quinquagenário: o Playstation —hoje em sua quinta versão.

Novo Super Nintendo
Novo Super Nintendo - Divulgação

Espero que meu relato sirva para mostrar que nós, mais velhos, podemos ser gamers. Na verdade eu sempre serei, como sempre serei skatista e sempre serei Corinthians. É apenas uma questão de quem você é

Paulo Godoy, 50

São Paulo-SP

Paulo também joga no PC (computador de mesa). Ele prefere jogos FPS (tiro em primeira pessoa, em português), sendo o seu favorito Ápex Legends, que é free-to-play (gratuito para jogar).

E por falar em Ápex Legends, outro leitor, Willian, 24, que prefere ser chamado de Tet, é fã do game. Para ele, o jogo é “bem casual e sem toxicidade”, como a presente nos jogos CS:GO (Counter-Strike:Global Offensive) e LOL (League of Legends). "Abandonei os dois jogos pois exigiam muito tempo e dedicação, além de me deixarem muito estressado e abusivo com outras pessoas”, afirma.

Cena do jogo Ápex Legends
Cena do jogo Ápex Legends - Reprodução

Tet também tem outro favorito: Red Dead Redemption 2, título que considera “um dos melhores jogos existentes”. De fato, o jogo raramente fica de fora das listas dos melhores jogos de todos os tempos. O game é um dos novos clássicos da Rockstar Games, empresa responsável pelos aclamados GTA e Bully, também disponíveis para os consoles da nova geração.

Mas como nem só de jogos vivem os gamers, Tet lembra outra faceta dessas comunidades: os streamings de jogatinas, ou seja, a transmissão de rodadas, partidas ou períodos de jogos feita por personalidades gamers, os streamers (que também podem ser youtubers).

Eu também assisto a vários streamers jogarem Apex Legends ou outros jogos casuais. Entretanto, eu não assisto aos streamers brasileiros pois eles possuem um foco muito comercial, de tentar fazer da stream o seu ganha pão. Em vez disso, procuro streamers estrangeiros com um número baixo de pessoas nos chats para conversar e participar da comunidade

Willian “Tet”, 24

.

Há, no entanto, quem prefira os jogos menos conhecidos ou de produtoras menores. É o caso do designer Robervaldson Souza, 37, de Florianópolis (SC), que começou a jogar por volta dos oito anos em um Commodore C64, aqueles em que os jogos eram em fitas. Com o tempo, jogou Quake e Doom, ambos jogos de tiro em primeira pessoa e desenvolvidos pela ID Softwares.

Para Robervaldson, porém, o crescimento exponencial da indústria dos games levou à criação de jogos grandiosos, mas ruins. O designer diz acreditar que isso se deve ao tamanho das equipes e empresas. “Os melhores jogos são invariavelmente feitos por equipes pequenas, mesmo a grande ID tinha apenas 6 funcionários (incluindo a faxineira) quando desenvolveram Doom. O sumiço das empresas de médio porte, nos jogos e cinema, é a grande tragédia dessas indústrias”, afirma.

Novo Commodore C64
Novo Commodore C64 - Reprodução

O jogo favorito do designer de Florianópolis, ao qual dedica cerca de duas horas por dia, é Deep Rock Galactic, que também é um jogo de tiro em primeira pessoa cooperativo.

Guilherme Mendes Ayala, 36, é formado em marketing e vive em São Paulo (SP). Sua paixão recém descoberta é Genshin Impact, um MMORPG que tem feito muito sucesso. Isso porque o game pode ser jogado em consoles, pcs, celulares e tablets. É um jogo multiplataforma e free-to-play.

Os MMORPGs são games em que os jogadores criam ou escolhem personagens para “viver” no universo do jogo, seja ele medieval ou futurista. São jogos com milhares de participantes e que têm aventuras longas, curtas, partidas contra o próprio sistema ou partidas contra outros jogadores.

Guilherme acorda, vai à academia e na volta já liga o jogo para fazer tarefas diárias. Depois, realiza suas funções no trabalho, até a hora do almoço, quando faz um pit stop gamer no notebook. Ao fim do expediente, volta a jogar, pelo celular.

Assim como Guilherme, Eduardo Porto, 31, designer e criador de conteúdo para podcasts, de Fortaleza, no Ceará, também passa boas horas jogando. Após o expediente, ele liga para amigos por um aplicativo de voz, o Discord, popular entre gamers e que na pandemia passou a ser usado de forma profissional.

Eduardo tem três consoles (um PS4, um Xbox Series S e um Nintendo Switch) e é fã de RPGs online e jogos de ação e aventura. Para o designer, a plataforma pela qual se joga não importa, porque os games devem, em última instância, ser acessíveis.

Acho que a experiência de jogar um bom jogo e se divertir não se limitam a ter o último console da geração ou o melhor computador gamer. Acho que jogos eletrônicos mostram seu brilho quando são acessíveis e quando levam diversão a qualquer um independente de qualquer coisa

Eduardo Porto, 31

Fortaleza-CE

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