Parceria entre skatistas e coragem de Biles são destaque das Olimpíadas para leitores da Folha

Realizadas em meio a uma pandemia, jogos em Tóquio terminaram neste domingo

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Americana (SP)

As demonstrações de companheirismo dos atletas brasileiros do skate e a coragem da ginasta americana Simone Biles de assumir que não estava legal para prosseguir na competição foram alguns dos destaques das Olimpíadas de Tóquio apontados por leitores da Folha.

Respondendo a enquete publicada no encerramento da competição, neste domingo (8), leitores também destacaram as medalhas brasileiras na competição, apontando um esforço de superação ainda maior ao se levar em conta as condições precárias de treinamento desses atletas.

O Time Brasil ultrapassou o número de medalhas obtidas nos Jogos do Rio-2016, registrando seu recorde de pódios em uma única edição de Jogos Olímpicos, com 21 medalhas.

""O momento mais marcante aconteceu na final por equipes da ginástica artística, quando Simone Biles deu seu segundo salto e, em seguida vestiu o casaco da seleção americana, indicando que não iria mais competir", escreveu a nutricionista Maria Clara da Cruz Carvalho, 24 de Natal (RN). "Ela iniciou uma série de discussões sobre saúde mental, talvez revolucionando a forma de olhar pra essa questão dentro do esporte."

O comerciante Luiz Cláudio Mendes Barreto, de Mairinque (SP), disse que ficou emocionado com a fala da atleta, quando ela desabafou que precisava cuidar da mente.

"Ser a estrela principal das Olimpíadas não é uma tarefa fácil. Então estamos apenas tentando viver um dia de cada vez. Veremos", afirmou Biles na ocasião.

O advogado Gerson Toigo, 55, viu nas equipes de skate uma expressão do verdadeiro espírito olímpico. "Sem dúvida o que me levou às lágrimas foram os atletas do skate e sua parceria, amizade, e capacidade de vibrar com as manobras dos adversários", afirmou o morador de Caxias do Sul (RS).

Jonas Nunes dos Santos, de Juiz de Fora (MG), concorda.

"Nesta Tóquio 2020, o skate foi um encontro da galera amante deste esporte. Não vimos frisson por medalhas, mas o orgulho por performances. A forma como todos abraçaram um fenômeno de 13 anos que realizara manobras quase perfeitas deixou o conceito de 'competição', fora de lugar", afirmou, em referência à medalhista Rayssa Leal.

"Estas Olimpíadas retiraram, definitivamente, o véu de marginalidade que estigmatizava os praticantes do skate", acrescentou.

O professor de filosofia da educação Thiago Chagas Oliveira, 41, também destacou o peso da medalha de Rayssa Leal.

"O coração acelerou, as mãos tremeram e a testa suou. Depois foi só alegria e lágrimas. Com graciosidade, leveza e simpatia, a fadinha do skate trouxe alegria, esperança e felicidade. Apesar das dificuldades vivenciadas por alguém que pratica um esporte marginalizado (skate) num contexto social que, às vezes, não possui sequer saneamento básico (periferia), Rayssa demonstrou o papel transformador do esporte", afirmou.

"E mais: tornou-se uma referência positiva para milhares de crianças e jovens ."

Leia a seguir que momentos os leitores e as leitoras da Folha consideraram os mais marcantes e emocionantes destes Jogos.

Neli Aparecida de Faria, 68, advogada de São Paulo (SP)

O momento mais marcante olímpico foi Rebeca, pelo ineditismo da medalha. Quando li que havia vencido chorei de emoção, como havia muito tempo não chorava.

Eudis Urbano, 59, servidor público federal aposentado de Amparo (SP)

A medalha fantástica foi o bronze do Piu [Alison dos Santos]! Pela história de vida, pela simplicidade, pelo despojamento ("preciso tomar banho e por o agasalho pra premiação"), um ser fantástico!

A merecida, sem dúvida, Isaquias. O momento nervoso, terceiro round do boxe na luta do Hebert.

Momento brilhante: bronze do Fratus

Maria Clara da Cruz Carvalho, 24, nutricionista de Natal (RN)

É notável a hegemonia de alguns países em várias modalidades e na liderança recorrente do ranking. Por isso, o momento mais emocionante foi quando a Hidilyn Diaz conquistou a primeira medalha de ouro em jogos olímpicos para as Filipinas. Não tinha como conter a emoção! Foi muito especial testemunhar esse momento acontecer.

Sem dúvidas, a última nota de Luiz Francisco (Luizinho) no skate park minou toda a nossa paciência. O chute no capacete depois da volta, foi o ato mais representativo da expressão do brasileiro depois de obter 83.14 dos jurados, ficando na quarta colocação. A reação dos atletas ali presentes deixaram explícitas a indignação e surpresa.

Luiz Cláudio Mendes Barreto, comerciante de Mairinque (SP)

Momento mais marcante: a vitória e o discurso de Isaquias Queiroz na C1.

Nervoso insuportável: as derrotas das duplas do vôlei de praia.

Gerson Toigo, 55, advogado de Caxias do Sul (RS)

O momento mais marcante foi o quarto lugar do arremesso de peso, conquistado pelo atleta Darlan. Não seria, se não representasse, como síntese, o atual momento de abandono esporte olímpico no país. A divulgação dos seus treinos, em completo improviso, em um terreno baldio, sem apoio, do que era um dos favoritos para medalha.

Sem desmerecer todas as outras conquistas, todas com méritos, e a mesma superação, essa estabelece a volta do “somos menos do que podemos” e “temos menos do que merecemos”. Nos caso do Darlan, pela primeira vez, diante de outras conquistas, eu vi uma justa divulgação de todo o mérito do atleta, mesmo não tendo alcançado a medalha. Valeu, Darlan!

Torcer sempre é colocar-se no lugar de quem compete mas, após torcer, ganhar ouro, os boçais do futebol se negaram a usar o uniforme. Coisa que só quem é boçal faz. Boçalidade não combina com espírito olímpico.

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