Era meu amor platônico aos doze anos, diz leitora sobre personagem de Tarcísio Meira

Ícone das novelas morreu nesta quinta-feira (12), de Covid-19, aos 85 anos

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Americana (SP)

O ator Tarcísio Meira, um dos grandes nomes da TV brasileira, morreu nesta quinta-feira (12), aos 85 anos, em decorrência da Covid-19.

Meira contraiu o coronavírus junto a esposa, Glória Menezes, de 86 anos. Ambos haviam tomado a segunda dose da vacina contra a Covid.

Se existiu um rosto no fim do século 20 que melhor representou o papel do galã no país foi o de Tarcísio, que marcou sua passagem pela TV brasileira interpretando homens viris, inteligentes e, com frequência, ricos.

Com fama de casal exemplar, Tarcísio e Glória, protagonizaram a primeira telenovela integralmente assinada por Janete Clair, “Sangue e Areia”, em 1967.

Sua passagem pelo cinema se concentra nos anos 1970 e 1980, quando trabalhou com grandes diretores brasileiros, como Glauber Rocha.

O ator Tarcísio Meira como João Coragem, na novela "Irmãos Coragem" - TV GLOBO/Arquivo Cedoc

A Folha pediu que leitores contassem que papel interpretado por Tarcísio foi mais marcante para eles e o porquê.

A leitora Conceição Maria Faria, 64, respondeu que, para ela, foi João Coragem, seu personagem na novela "Irmãos Coragem".

"Queria me casar com ele aos doze anos e tinha álbum de figurinhas", contou a bacharel em história, do Rio de Janeiro (RJ). "Obrigada por tudo, inclusive meu amor platônico. Que Deus o receba de braços abertos."

Este também foi o personagem mais marcante para o ator Aguinaldo Gabarrão, 57, de São Paulo, SP.

"Ele contracenou com sua esposa, Glória Menezes, que por sua vez interpretava uma personagem que possuía outras personalidades. Isso deu um tempero mais interessante a trama."

Como Rodrigo Cambará, na minissérie "O Tempo e o Vento" - Divulgação

"Tarcísio representou magnificamente seu papel de um dos três irmãos Coragem, ao lado da belíssima Glória Menezes, que fazia o papel de Lara, uma garota de personalidades múltiplas. O Brasil parava para assistir 'Os Irmãos Coragem'", completou a assistente social Luzia Friaça, 63, de Juiz de Fora (MG).

A maioria dos leitores se lembrou do capitão Rodrigo Cambará, da série "O Tempo e o Vento", como opinou Adnei Macedo.

"A cena da chegada do capitão a Santa Fé é incrível, a consonância com o texto de Veríssimo! Obrigado, Tarcísio Meira", escreveu Aristóteles Jefferson.

Esta também foi a escolha dos leitores Adnei Macedo e Francisco Lombardo.

"Segundo o próprio Tarcísio, em entrevista, o maior herói da literatura brasileira foi seu papel mais marcante: Capitão Rodrigo Cambará!", escreveu a psicóloga Denise Prehn, 64, de Porto Alegre (RS). "Não haverá outro como ele."

"Marcou o papel de Giuseppe Berdinazzi em 'O Rei do Gado', devido a lembranças de família."

Paulo Henrique Zamai, 63, bancário aposentado (Orlândia, SP)

O papel dele que mais me marcou foi o de Hermógenes na minissérie 'Grande Sertão Veredas', porque ali ele não posava de galã

Renata Moro

55, geóloga (Curitiba, PR)

Deixou como legado "ter cumprido com profissionalismo e empenho incomuns a sua trajetória de intérprete que cedeu seu corpo, voz e emoção a belos e contraditórios personagens".

Aguinaldo Gabarrão, 57, ator (São Paulo, SP)

"Giuseppe Berdinazzi, na novela 'Rei do Gado', acredito ser o melhor personagem deste gênio, que deixará muitas saudades."

Ivan Santiago, 39, corretor de imóveis (Piracicaba, SP)

"Diante de uma doença que tem mostrado sua oponência e a falibilidade da humanidade me dispus a pensar no legado que Tarcísio deixa ao país, e assim me deparei com o significado de legado: missão confiada a alguém por pessoa que está a ponto de morrer.

E concluí que a missão dele foi muito bonita, começou com glória e terminou em silêncio de aplausos de uma nação inteira. Pois desde o mais simples até o mais importante do país, todos conhecem Tarcísio e sua obra."

Jussara Amancio de Paula Silva, 48, administradora (Bambuí, MG)

A missão dele foi muito bonita, começou com glória e terminou em silêncio de aplausos de uma nação inteira. Pois desde o mais simples até o mais importante do país, todos conhecem Tarcísio e sua obra

Jussara Amancio de Paula Silva

48, administradora (Bambuí, MG)

"Tarcísio Meira tinha 83 anos, em 2019, na reestreia de 'O Camareiro'. Não contracenava com Glória, mas teve glória: muitos prêmios. Em 'O Camareiro' o personagem-ator de memória debilitada deseja entrar em cena com o Rei Lear de Shakespeare. Velhice e morte, ruínas do teatro, eram anúncios silenciosos de uma pandemia soterrada que iria nos acordar na virada de 2019/2020. Sábia premonição do ator, seu legado."

Geraldo Majela Martins, 65, psicanalista (Belo Horizonte, MG)

Renato Vilar, em "Roda de Fogo"

Andre Poiato, professor (São Paulo, SP)

"Foi o papel do empresário César Toledo, na novela 'Torre de Babel'. Esse papel me marcou pela ótima atuação e pela grande densidade da personagem: um empresário arrogante, bom pai; por ora fiel à sua esposa, mas fraco quando reencontra um amor antigo; justo quando denuncia um crime, mas rancoroso quando esse criminoso encontra a redenção. Um papel complexo e perfeitamente encenado."

Deixa como legado "a inspiração de um excelente ator e de um grande casal junto à sua esposa, Glória Menezes".

Paulo Roberto da Rocha Silva, 33, bancário (São Paulo, SP)


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