Leitores opinam sobre marco temporal na demarcação de terras indígenas

Supremo está julgando a tese que altera os critérios para a demarcação

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São Paulo

A Folha pediu aos leitores que dessem sua opinião sobre o marco temporal na demarcação de terras indígenas, que está sendo votado pelo Supremo Tribunal Federal. Na quinta (9), o ministro Edson Fachin, também relator, votou contra o marco temporal.


Para os ameríndios a terra tem valor, não preço. São mais de 20 mil anos de história na América do Sul. Para alguns brancos a terra tem apenas preço. A terra roubada com pólvora contra tacapes se torna legítima propriedade pelo tempo, pelo dinheiro e pelas regras impostas por aqueles que a roubaram.
Luiz Farias (Florianópolis, SC)

Não há lugar para a flexibilização da demarcação de terras indígenas. O direito às suas terras originárias é protegido pela Constituição Federal.
Deborah Nelly Rodrigues da Silva (Itapoá, SC)

A defesa do marco temporal é a prova de que o massacre contra indígenas persiste. A mentalidade dos integrantes deste governo federal e da bancada ruralista estacionou no período colonial.
Daniel Butelli Henrickson (Porto Alegre, RS)

Esse marco temporal expõe a vergonha da ganância e da ignorância que o infeliz presidente incentiva. Espero que a razão e a responsabilidade prevaleçam e isso não passe.
Martha Amanda Domiciano Ferreira (São Paulo, SP)

A humanidade civilizada já avançou demais. Passa da hora de reverter esse processo. A humanidade ancestral é das matas. O futuro em Marte não servirá aos “pequenos agricultores e caboclos amazônicos” nem aos trogloditas do agronegócio, aqueles que verdadeiramente irão se beneficiar caso a tese do marco temporal seja validada.
Carlos Eduardo Parracho Santiago, aposentado, ex-garimpeiro (São José, SC)

A proposta do marco temporal é mais uma das muitas investidas para restringir os direitos dos povos indígenas. É bom lembrar que os artigos 231 e 232 da Constituição são o resultado de uma mobilização intensa, que buscava superar as violências cometidas durante a ditadura civil-militar contra essas populações.
David William Aparecido Ribeiro, doutor em história social (São Paulo, SP)

A vida paira acima de tudo. O mercado e o latifúndio se distanciam desses temas. Os povos originários são os guardiões do meio ambiente e inspiram toda a sociedade para um estilo de vida compatível com a sobrevivência do planeta.
Sebastião Antônio Ferrarini (Manaus, AM)

O direito a propriedade é sagrado, para índios e não índios. É preciso respeitar as regras, sem laudos antropológicos falsos. Micro e pequenos agricultores, que ocupam terras escrituradas há mais de cem anos serão despejados, aumentando os cinturões de pobreza nas cidades. Alguma ONG defende esses agricultores? Somos todos brasileiros, independentemente da etnia.
Luciana Bastian (Mato Castelhano, RS)

A história dos povos indígenas não começa em 1988. O marco temporal é uma aberração jurídica. Ignora que os povos originários foram e continuam sendo expulsos —muitas vezes pelo Estado— de suas terras tradicionalmente ocupadas. Condicionar a demarcação às áreas ocupadas em 1988 é negar as invasões e expulsões que apartaram muitos desses povos de suas terras tradicionais.
Pedro Moutinho (Manaus, AM)

A aprovação do marco temporal será mais uma das inúmeras violências que são praticadas contra os povos indígenas desde a chegada dos portugueses. Ruralistas, mineradores, garimpeiros e madeireiros não satisfeitos de invadir terras já demarcadas lutam para expulsar indígenas que têm direitos assegurados pela Constituição.
Leda Magalhães (Brasília, DF)

É preciso devolver aos povos indígenas seu território, concedendo a eles a dignidade perdida. O Brasil é enorme. Tem para todo mundo.
Sandra Daige A. Corrêa Hitner, doutora em história da arte (Campinas, SP)

É uma aberração. O Judiciário criou um atalho para contornar a omissão do Executivo sem se preocupar com o futuro, criando regras cruéis para os indígenas e turvas para os ruralistas.
Éder Augusto Ferreira das Chagas (Salvador, BA)


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