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Leitoras comentam participação na Folha e como mudar isso

Privatização da Petrobras, reforma administrativa e absorventes são temas de comentários

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ASSUNTO - Por que você, leitora da Folha, escreve pouco para o jornal? Como mudar isso?

Acredito que elas não gostam da ideia de ficar no meio de tantos comentários mal-educados de alguns homens; parece perda de tempo.
Aruani Kindermann Lapolli (Itajaí, SC)

Dia 5: Mulheres ganham menos. Dia 6: Mulheres trabalham mais. Dia 7: Mulheres sofrem assédio. Dia 8: Feliz dia da mulher!
Charge de Benett publicada na Folha em 8 de março de 2018 - Benett

Mulheres sempre foram silenciadas —e ainda o são. É difícil mudar esse comportamento estrutural. Talvez elas opinem se perguntarem diretamente a elas, por meio da criação de um espaço feminino opinativo.
Adriana Ibiti (Resende, RJ)

Para muitos, ler jornal é perda de tempo e dinheiro. Ainda mais para a mulher que trabalha intensivamente. E no contexto atual não faço ideia de como mudar esta situação.
Maria Francisca de Souza Carvalho Bites (Goiânia, GO)

Eu não escrevo porque não me sinto representada mesmo. Daí vou escrever e vai vir um monte de comentário criticando porque não penso dessa ou daquela forma. Não existe espaço de troca. Mas aí não é um problema da Folha, é da humanidade mesmo.
Layse Ventura (Florianópolis, SC)

A maioria das reportagens é assinada por homens, assim como a maioria dos entrevistados é homem. Se a mulher já não é ouvida, por que fazer comentários? O que pode ser melhorado é aumentar o número de mulheres assinando reportagens sobre mulheres —não só para falar de “universo feminino”. Assim quem sabe as leitoras vejam o jornal como um espaço não sexista.
Letícia Galan Garducci (São Paulo, SP)

As mulheres têm muitas tarefas para escreverem, se abrirem, precisam se sentir respeitadas, valorizadas. É uma exposição mais. Nem todas querem passar por isso. Um suplemento, uma página própria, talvez para começar, desse início a um movimento. Para qual email escrevemos? Como sugerir pautas? Precisa ficar mais fácil o acesso.
Vanessa Campos R. Ferreira (Guarujá, SP)

A Folha parece ser feita de homens para homens.
Livia Bezerra Rodrigues (São Paulo, SP)

Elas têm mais tarefas que os homens, e isso não está na lista de prioridades, afinal dependendo da classe social, profissão, faixa etária a lista é bem grande e se agirem como eu preferem investir tempo em algo que consideram que será devidamente apreciado, que provoque reflexões e mudanças.
Dilma Areias de Oliveira (São Paulo, SP)

Acho que o que poderia melhorar isso seria haver mais pautas com as quais mulheres se identifiquem para além do hardnews, algo como uma editoria mesmo, fazendo com que as leitoras tenham um laço com a publicação e se sintam confiantes para trocar ideias. Isso é o tipo de fidelização que se constrói e pode “contaminar” outras editorias.
Pricilla K. Honorato (Jundiaí, SP)

A maioria das mulheres tem uma jornada dupla de trabalho. Carreira e família. Mal dá tempo para cuidar de si mesma. Comentar notícia fica ainda mais difícil. Talvez não acreditem que serão ouvidas.
Adriana de França (Curitiba, PR)

Tenho a percepção de que é um veículo extremamente masculino e que grande parte dos colunistas é homem. Tenho a impressão de que é meu pai escrevendo. Talvez não seja uma questão de machismo, mas de conservadorismo. Vejo poucas notícias sobre mulheres. Pouco reconhecimento às mulheres. Poucas mulheres como fonte.
Mônica Carvalho de Oliveira (Porto Alegre, RS)

Ter a eterna sensação de que a Folha está preparando conteúdo voltado aos homens não ajuda. Gostei de perguntarem agora, por exemplo, você “leitora”. Me senti incluída.
Maria Vitoria Hadland Seidl (Rio de Janeiro, RJ)

Talvez seja útil promover ativamente a participação de mulheres, como estão fazendo agora, e também garantir que haja paridade de gênero na própria equipe da Folha: se há mais colunistas homens do que mulheres, por exemplo, seria interessante que o jornal convidasse mais mulheres para atingir a paridade. O engajamento das leitoras talvez acompanhe o protagonismo das jornalistas.
Débora Castiglione (Rio de Janeiro, RJ)

Porque nós não estamos acostumadas a dar opinião e fomos ensinadas a só se manifestar quando temos 100% de certeza do que estamos falando. Sempre que eu opino, sou cobrada sobre um profundo conhecimento no assunto, o que é exaustivo. Mas talvez o erro não seja mulheres dando opiniões de menos, e sim homens dando opinião demais sobre assunto que não têm nenhum entendimento. Apenas valorize as poucas opiniões femininas que recebem, quando uma mulher fala, ela está falando de um lugar de sabedoria e conhecimento.
Fernanda de Moraes Goulart (São Paulo, SP)


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Petrobras e privatização
Outra bravata (“Bolsonaro diz ter ‘vontade’ de privatizar a Petrobras”, Mercado). Não sei nem como isso vira texto de jornal. O desgoverno não sabe como resolver o problema do preço de combustíveis e alimentos e vive vendendo soluções fáceis.
Carlos Simãozinho (Brasília, DF)


Reforma administrativa
A reforma em discussão preserva privilegiados (“Brasil gasta 20 Bolsas Famílias com áreas pouco eficientes e servidores”, Mercado). Quer cortar de servidores de menor salário e ressuscitar a contratação política.
Hercilio Silva (Brasília, DF)


Questão trabalhista?
Quem trabalha ele não registra nem respeita direitos (“Flávio Bolsonaro faz acordo após violação de direitos de grávida em loja de chocolates alvo de suspeita”, Poder). Se fosse com dinheiro público, aí ele registraria, não precisaria trabalhar e seria só devolver a maior parte para ele.
Francislei J Silva (Poços de Caldas, MG)


Absorvente
Meu Deus! Como pode um presidente da República falar essas coisas (“Bolsonaro chama de ‘auxílio Modess’ projeto vetado por ele de distribuição de absorvente”, Saúde)?
Maria Lucia Fassina (Jaú, SP)

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