Descrição de chapéu Folha, 100

Folha lança projeto para conversar com leitoras

Grupo virtual reunirá mulheres e especialistas em torno de temas que extrapolam a questão de gênero

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Americana (SP)

Como fazer com que as leitoras da Folha se sintam vistas e ouvidas? Como incentivar uma maior participação e interação das mulheres com outros leitores e com o próprio jornal? Como tornar o conteúdo oferecido pelo jornal mais representativo das reflexões e das realidades desse público, de modo que não seja restrito às efemérides?

Em uma tentativa de responder a essas questões e como parte das comemorações de seu centenário, a Folha lançou nesta semana o Projeto Leitoras.

Neste primeiro momento, o jornal criará grupos de WhatsApp para reunir leitoras em torno de um tema a ser discutido durante uma semana e que contará com a presença de uma especialista com quem elas possam interagir e ampliar as discussões. Mulheres cis e trans, assinantes ou não, podem participar.

Ilustração mostra o F do logo da Folha como um planeta flutuando no espaço. Sobre ele, diversas mulheres leem, veem TV e falam no celular, cercadas de livros e jornais. Em volta, cometas, estrelas e asteróides. As cores usadas são neon e o estilo remete a quadrinhos de heróis.
Carolina Daffara

O objetivo do projeto é dar às leitoras um espaço seguro e livre em que possam conversar e articular suas ideias sobre temas que são relevantes para elas, além de encontrar respaldo, na figura de um especialista, para a discussão desses temas, em um ambiente interativo, informal e que respeita as complexidades da vida feminina.

O projeto teve como ponto de partida uma consulta em que as leitoras foram convidadas a responder o que gostariam de ver no jornal. A Folha queria entender, entre outros aspectos, por quê elas são uma minoria entre os que comentam as notícias e enviam mensagens, apesar de serem parte importante do leitorado e terem ampliado sua participação em vários setores da sociedade nas últimas décadas.

Respostas de mais de 100 leitoras ajudaram a compor um cenário nada abonador para a Folha: a maioria acha que o jornal é feito de homens para homens e é ainda muito conservador e machista –às vezes, misógino.

Elas se sentem invisíveis, se veem pouco retratadas ou representadas, seja nas abordagens, nos temas tratados, no leque de colunistas ou na escolha das fontes. Para elas, o problema da visibilidade é ainda maior no caso de mulheres acima de 45 anos.

Além disso, querem ver temas que não restrinjam a pautas tipicamente femininas, como criação dos filhos, e que representem a nova realidade contemporânea que inclui diferentes configurações familiares e a presença de mulheres em espaços de poder.

A consulta também revelou que, diante do contexto de sobrecarga de trabalho e falta de tempo após duplas e triplas jornadas, as leitoras dão preferência a modos de interação online mais fluidos, como WhatsApp e chats.

Desse conjunto de ponderações nasceu o Projeto Leitoras, um canal permanente e exclusivo de comunicação da Folha com seu leitorado feminino, coordenado pela jornalista Carolina Vila-Nova, sob o chapéu da editoria de Interação.

A ideia foi testada com um piloto desenvolvido no início deste mês. Onze leitoras, com idades entre 27 e 67 anos, de cinco estados, assinantes e não assinantes, se reuniram para discutir o filme "A Filha Perdida". Elas foram convidadas dentre o universo de participantes da consulta mencionada acima.

Além de assistirem ao filme, elas leram alguns textos, de fontes diversas, para embasar as conversas —sempre com muita liberdade para intervir na conversa quando e como achassem mais oportuno.

No meio da semana, a psicanalista e colunista da Folha Vera Iaconelli interagiu com o grupo, dando ainda mais densidade às trocas de mensagens.

O projeto teve início oficialmente nesta semana, após adaptações feitas a partir do feedback recebido. Desta vez, dez leitoras que participaram do piloto discutiram sobre transformações e inovações sociais durante a pandemia. A editora do Empreendedor Social da Folha, Eliane Trindade, interagiu com o grupo pelo Zoom.

Novos grupos de leitoras serão formados a cada 15 dias, sempre com um novo tema e uma nova especialista. Outras formas de interação além do WhatsApp serão praticadas. Se você, leitora, tem interesse, escreva, por favor, para interacao@grupofolha.com.br.

O que é dito no grupo será confidencial, o que é essencial para manter o espírito de liberdade, abertura e confiança nas conversas. Eventuais pedidos de participação em interações que sairão no jornal serão avisadas de antemão e colocadas em um link externo.

O Projeto Leitoras não é o único esforço de aproximação da Folha com o público feminino. Um dos ​vencedores do Desafio de Inovação da Google News Initiative na América Latina 2021, o Voz Delas será uma ferramenta para monitorar e ampliar a representatividade de mulheres nos conteúdos produzidos pelo jornal.

Houve também um Conversa com Leitores dedicado apenas a mulheres, com a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge.

Já a série de documentários Gênero: Feminino tratou de temas como casamento precoce, perseguição virtual e violência obstétrica.

Especial Gênero: Feminino

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