'Não existe política de drogas no Brasil', diz leitor

Leitor também elogia a coluna de jornalista Marcos Nogueira

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Após a operação policial na terça-feira (24), na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, que deixou 23 mortos, a Folha perguntou a seus leitores o que eles acham da política de combate às drogas no Brasil. Leia algumas respostas:

É um desperdício de dinheiro e de efetivo policial que provoca um genocídio de vidas humanas, pretas e pobres. Não há qualquer justificativa plausível, atualmente, para esse tipo de combate. O problema do tráfico não está na favela, está sobretudo nos comandos sociais e políticos fora dela.
Marta Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Sempre combatemos os traficantes que muitas vezes são pobres, negros e sem muitas alternativas de vida melhor. Nunca combatemos os usuários ricos, poderosos, brancos e intocáveis. Os usuários, que alimentam o business do tráfico, são tratados como vítimas.
Maurício Garuti Noronha (São Paulo, SP)

Irresponsável, porque mata inocentes, e improducente no que se propõe, afinal o tráfico só cresce, assim como o uso das drogas.

Luana Gabriela da Silva

Curitiba, PR

A atual política combate pretos e pobres da periferia e protege os grandes traficantes de drogas pesadas. Não admitem discutir a liberação da maconha para não perderem o mercado e a motivação para chacina. Ninguém morre de overdose de maconha, já o álcool (porta de entrada de outras drogas) e a cocaína destroem vidas. A violência também fomenta o mercado de armas e prestação de serviços dos milicianos.
Eduardo Fernandes de Mello (São Paulo, SP)

Não existe politica de drogas no Brasil. Existe uma política de extermínio, alimentada pela mídia, favorecimento à distribuição de armas e muito acobertamento das ações policiais. Caso legalizassem o consumo, os recursos poderiam ser investidos no tratamento da dependência química.
Fernando Fernandes de Mello (Rio de Janeiro, RJ)

É uma droga.
André Luiz Lopes Magela (São João del-Rei, MG)

Falhou completamente. Não reduziu o consumo, aumentou a criminalidade, a violência e a corrupção, e gasta enormes somas de recursos públicos que poderiam ser investidos em educação e saúde. Bons exemplos de regulação no Uruguai e em Portugal deveriam ser avaliados e servir de referência.
Marcelo Giufrida (São Paulo, SP)

Ineficaz. Enquanto as drogas não forem legalizadas, essa política abastece a bandidagem com armas poderosas, oprime a população das periferias e só resulta em mortes e mais mortes que nada resolvem. Cadeias superlotadas, custo alto e corrupção desenfreada.
Laudgilson Fernandes (Rio de janeiro, RJ)

Um conto de fadas!
Cristóvão José Schneider (Monte Carlo, SC)

O comércio atacadista de drogas funciona em total harmonia com a política de guerra aos entorpecentes. Negócio muito sólido que nada vai abalar porque, no capitalismo, atacar a oferta só faz, proporcionalmente, aumentar demanda e preço. Muitos se beneficiam dessas relações estáveis, até jornal vende mais com chacina. Só os pretos e pobres, antes "desgastados", como escreveu Darcy Ribeiro, agora são descartados (e substituídos) às dezenas, semanalmente.
Flávio Lofêgo Encarnação (Rio Branco, AC)

Anacrônica e ultrapassada. O atual modelo de combate consiste, em síntese, no "abate" de negros e pobres desgastados e abandonados pelo próprio Estado que os matam, desviando a atenção dos verdadeiros "industriais" que lucram milhões, a quem interessa a atual política. A única solução plausível seria a mesma aplicada ao álcool e ao cigarro comum.
Mariniel Galvão (Vitória, ES)

Um desastre. Não funciona. Nunca funcionou. Precisamos tratar as drogas como assunto de saúde pública, não como assunto de segurança. Além do mais, precisamos de policiais mais bem educados em leis e questões sociais relevantes.

Jordi Sanchez-Cuenca

Florianópolis, SC

Infelizmente no nosso país não existe uma organização, uma estratégia, um trabalho realmente de inteligência que envolva os estudiosos da área do combate às drogas e da segurança pública. O que vejo com muita tristeza é a morte de pessoas pobres, pretas, dos rejeitados pelo Estado. Essas pessoas são mortas em operações de espetáculo grotesco, para satisfazer a sede de sangue daqueles que pensam que "bandido bom é bandido morto".
Elenice Maria de Souza Ferreira (Parnaíba, PI)


Cozinha bruta
Quase, por pouco, passou batida a coluna de sábado do Marcos Nogueira. Ainda bem que não. Porque ele foi preciso. Na precisão e na necessidade de tudo o que disse. Não podemos errar mais. Assino embaixo. E obrigado por sua sensibilidade, Marcos. Coluna para ler e emoldurar.
Evaldo Stanislau Affonso de Araújo (Santos, SP)


Urna eletrônica
Até agora o papel da imprensa tem sido o reportar o básico do bate-boca sobre a confiabilidade das urnas. Sugiro a união dos veículos de imprensa, em seus diferentes formatos, numa ampla e contínua campanha para defesa das urnas. Algo como "Cadê as provas de fraude nas urnas?". "Meu voto é respeitado na urna". Desqualifiquem a acusação.
Maria Ester de Freitas (Guarujá, SP)


Dinheiro público
"Prefeitura desviou verba para pagar R$ 1,2 milhão a Gusttavo Lima em MG" (Ilustrada, 27/5). Por isso é que esnobam e fazem troça da Lei Rouanet. Com esses artistas bolsonaristas é dinheiro público direto na veia.
Flávio Calichman (São Paulo, SP)

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