Leitores relembram empregos inusitados ou diferentes da carreira atual

De demonstrador de karaokês a embalador de lentes de contato, leia relatos de leitores

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Fortaleza

Vendedor de bananas, montador de aviões e até demonstrador de karaokês. Diferentes das ocupações mais tradicionais, essas foram algumas das respostas citadas por leitores da Folha em uma interação sobre experiências profissionais. Inspirado em uma corrente popular no Instagram, o jornal perguntou: "Já teve emprego muito diferente da sua carreira atual?"

O desafio original viralizou na rede ainda em maio e teve Regina Casé como um dos destaques. Ela revelou aos seguidores que, antes de ser atriz e apresentadora, já trabalhou em petshop dando banho em cachorros, foi professora de reforço de português e recepcionista em eventos.

A interação da Folha perguntou também sobre as lembranças mais marcantes que os leitores guardavam dessas experiências anteriores. Entre as respostas, muitos citam histórias divertidas, relembram perrengues e destacam a importância dos primeiros empregos para o amadurecimento profissional.

Leitores relembram seus empregos mais 'diferentões'
Leitores relembram seus empregos mais 'diferentões' - Gabriel Cabral/Folhapress

É o caso de Júlio Carvalho, de 46 anos, professor de inglês em Montreal, no Canadá. Poucas pessoas têm um currículo tão diverso quanto o dele: já foi vaqueiro, sapateiro, vendedor, florista, auxiliar de agrimensor, montador de móveis, embalador de lentes de contato, contador de remédios e tradutor. A lista, segundo ele, pode ser maior.

"Pode ser que eu tenha me esquecido de alguns trabalhos ou empregos que exerci por períodos mais curtos. Todas essas atividades ajudaram na construção da pessoa e do profissional que sou hoje. Sou grato a todos que acreditaram em meu potencial", diz.

Já para o programador Júlio Zavack, de 51 anos, os versos da canção "O Barquinho" trazem a lembrança de seu teste para um cargo pouco comum: demonstrador de aparelhos de karaokê em uma empresa de origem coreana.

"Ao chegar lá, uma funcionária me mandou escolher uma música e cantar. Escolhi ‘O Barquinho’. Fui aprovado, mas fiquei pouco tempo e preferi continuar na área costumeira", relembra.

A música também é um elemento presente na história do professor de informática Eduardo Henrique de Souza Machado, de 45 anos. Ele já foi porteiro, eletricista e barman em uma boate. "Lembro das amizades, de como é cansativo trabalhar à noite e das músicas que tocavam na boate e repetiam tanto que eu decorava o repertório."

Também professor, Atelli Gulliti Alesi da Rocha, de 29 anos, foi cobrador de ônibus em Chapecó (SC) durante o dia, enquanto cursava letras à noite. Segundo ele, as viagens a bordo do coletivo o ajudaram a conhecer melhor a cidade e a superar a timidez.

"A profissão me ajudou a ser mais paciente, comunicativo e atencioso, requisitos importantes para a profissão que decidi seguir: professor. De quebra, ainda tive a oportunidade de conhecer todos os bairros e pontos importantes da cidade".

Mas nem todos os relatos dos leitores são de lembranças positivas. É assim a trajetória do assistente administrativo Rômulo Nascimento da Silva, de 41 anos, que já trabalhou como mecânico, enrolador de motores elétricos, marceneiro e operador de caixa.

"Fico triste quando lembro que até trabalhar como operador de caixa, não tive registro de nenhuma dessas outras profissões em carteira, nem contribui com o INSS. Foram muitos anos que com certeza farão falta lá na frente", lamenta.

A diretora de escola Rita de Cássia Kovalinkinas Foltram, de 50 anos, reclama das "regras extremamente rígidas" que enfrentou em seu período no setor químico de uma multinacional alemã.

"Nos melhores anos da minha juventude, fiquei trancafiada nessa empresa. Se chegasse atrasada mais de um minuto por três vezes ao mês, levaria suspensão. Funcionários de menor cargo só podiam entrar pela porta dos fundos. O estacionamento também era seletivo", afirma.

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