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27/07/2012 - 21h34

Leitora diz que professores de universidades federais são 'heróis'

LEITORA PATRÍCIA POMMÉ CONFESSORI SARTORATTO
DE GOIÂNIA (GO)

Em resposta à carta enviada pela leitora Célia Maria Borgeas, gostaria apenas de dizer que a sociedade deveria intervir sim na greve das universidades federais, mas antes deveria se informar melhor sobre todas as obscuridades da proposta que o governo fez aos professores.

Deveria ainda fazer uma análise mais crítica do que é divulgado na mídia sensacionalista, que também não está isenta da influência de grupos políticos. A divulgação de que os professores das universidades federais teriam aumento de 45% é uma verdade muitíssimo parcial, pois esse percentual valeria somente para professores titulares (a minoria da minoria do total de professores) e, ainda assim, seria escalonado em três anos, a partir de julho de 2013.

O que é muito mais caro para a sociedade é não ter universidade pública, gratuita e de qualidade para todos. O ensino superior brasileiro está concentrado nas universidades privadas porque os governos anteriores não fizeram a expansão justa e necessária. Verifique quanto o Brasil investe ("gasta", termo frequentemente usado pela mídia e pelo governo) por ano e por pessoa em idade educacional e compare com os valores investidos pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Estes últimos investem, em média, mais de US$ 6.000 por pessoa/ano, enquanto o Brasil "gasta" menos de US$ 1.000 (incluindo aí todas as despesas, inclusive pagamento de professores).

Recentemente, houve uma expansão significativa das federais, mas foi feita de uma só vez, sem o investimento compatível em infraestrutura e pessoal. Para expandir tem que ter dinheiro para infraestrutura e para pagamento de professores e servidores.

A leitora Célia Maria Borgeas demonstra que não conhece a realidade das universidades federais e muito menos o trabalho docente. Talvez conheça apenas as poucas universidades ditas "centros de excelência", mas a realidade da maioria das federais é bem outra --só falta o professor ter que limpar o chão da sala de aula (sem desmerecer, de forma alguma, quem exerce dignamente essa função).

Muitas vezes, poderíamos ter cruzado os braços e nos recusado a executar determinadas atividades que não estão descritas no nosso contrato de trabalho, o que é prática corrente em muitos setores do serviço público. Eu diria que professores e pesquisadores das universidades federais são heróis! É uma ofensa à nossa classe dizer que a população passa por sufoco para "bancar um grupo caro e improdutivo". Concluo que nossa sociedade precisa de informação e educação de melhor qualidade, pois um comentário como o da leitora citada só pode ser fruto de ignorância. Ou será que vem de alguém ligada a grupos políticos?

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