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09/03/2011 - 02h30

Polícia, impostos, educação e Carnaval

DE SÃO PAULO

Delegados

O editorial "Delegacia sem delegado" (publicado em 8/3) poderia ter sido mais completo se noticiasse a situação da carreira [policial] em São Paulo. Apesar de ser o Estado mais rico do Brasil, São Paulo vem perdendo seus profissionais para instituições de outras unidades federativas em razão da política de pagamento da pior remuneração do país, sem contar as péssimas condições de trabalho.
O editorial deveria ter mencionado que esses mesmos delegados têm demonstrado eficácia plena em casos de repercussão quando lhes é permitido se debruçar sobre uma ou outra investigação. Isso sugere que, se devidamente estruturada, conforme determinam regras mínimas, a Polícia Civil de São Paulo poderia trazer resultados ainda mais satisfatórios. O resto é a já demonstrada desídia do governo nos últimos 16 anos.

PAULO LEW (São Paulo, SP)

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Impostos

Vladimir Safatle fala em seu artigo "O pior imposto" (Opinião, 8/3) sobre a desoneração do contribuinte, referindo-se especificamente à questão da educação. Mas por que só a educação? Nós pagamos o INSS e temos que pagar o enriquecimento pornográfico dos chamados planos de saúde (e não podemos deduzir o que pagamos para nossos dependentes); quando temos magras poupanças, nosso dinheiro (da poupança e do FGTS) nos é emprestado a juros extorsivos pelos "financiadores" de nossos míseros apartamentos.
Além de pagarmos todos os impostos indiretos, o "leão" ataca mais ferozmente quem ganha menos. O que é que os governos do PT estão esperando desta classe média abandonada? Que saiamos às ruas como fizeram egípcios e tunisianos? Pois que esperem!

RENILDO MARQUES MACHADO (São Paulo, SP)

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Educação

Bom ver que uma das preocupações do secretário de Educação do município de São Paulo, Alexandre Schneider (Entrevista da 2ª, Cotidiano, 7/3), é com a quantidade de alunos por sala. Fica claro que é humanamente impossível que um professor consiga dar uma aula de qualidade com mais do que 30 alunos por sala.

THIAGO OLIVEIRA (Guarulhos, SP)

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Carnaval

Afirmar "que não renasceu nem pode voltar: seu lugar na gente do Rio não existe mais" (Janio de Freitas, "Foi Carnaval", Poder, 6/3) é esquecer os reais motivos que promoveram o renascimento do Carnaval de rua no Rio e no resto do Brasil. Tal renascimento foi fruto do fato que durante a ditadura [1964-85] somente uma parcela mínima da população tinha motivos para festejar; inflação elevada, perda da autoestima do povo e violenta repressão contra lideranças populares em contraste com a situação vivida hoje: inflação contida, criação de empregos, crescimento da economia brasileira e da autoestima do povo.
Resultado: o Carnaval deixou de ser confinado a passarelas de samba, onde somente a minoria endinheirada é que festejava os grandes ganhos financeiros obtidos com a violenta inflação dos preços, para ganhar de novo as ruas, local de onde nunca deveria ter saído.

CARLOS ROBERTO PENNA DIAS DOS SANTOS, professor de história do colégio estadual Ignácio Azevedo Amaral (Rio de Janeiro, RJ)

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Há 50 anos

Parabéns à Folha pelos 90 anos. Mas uma mudança me aborreceu. Tenho 77 anos e sou leitor assíduo da Folha; me decepcionei ao constatar que a seção "Há 50 anos" passou a se chamar "Há 90 anos". Gostava do espaço pois me ajudava a recordar fatos acontecidos na minha infância e adolescência. Poucas pessoas poderão ler a coluna agora e se recordar; Oscar Niemeyer talvez seja um deles. É a memória apagando a memória.

CAETANO ACCORSI (Serra Negra, SP)

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Pondé

O artigo de Luiz Felipe Pondé "Deus me livre de ser feliz" (Ilustrada, 7/3) é uma contradição nos termos. Apesar de apelar a Deus para não ser feliz, Pondé goza de intensa felicidade ao escrever suas matérias corrosivas e niilistas. Ele infla o ego, descarrega no leitor sua prepotência de opinião e posa olimpicamente como o inimigo do que julga ser o politicamente correto.
Pondé é um Sócrates perverso que se realiza e atinge o clímax da felicidade ao contestar as convicções básicas que servem para humanizar as pessoas, como a busca da felicidade, por exemplo. Muitas felicidades para Pondé.

GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)

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Tribunais internacionais

Rubens Ricupero ("Fim das ditaduras?", Mundo, 6/3) confundiu o Tribunal Penal Internacional (TPI), que é órgão permanente, criado pelo Estatuto de Roma, com o Tribunal Internacional para a ex-Iugoslávia. O primeiro é um elefante branco que, desde o início de seu funcionamento, nunca condenou ninguém. Só gasta o dinheiro do contribuinte.
Já o Tribunal Internacional para a ex-Iugoslávia condenou Slobodan Milosevic em primeira instância (ele morreu na prisão aguardando o julgamento da apelação) e dezenas de outros criminosos. É que os dois funcionam na cidade holandesa de Haia (mas não no mesmo endereço) --daí, talvez, a confusão de Rubens Ricupero.
O mesmo vale para o TPI para Ruanda, também um tribunal internacional ad hoc, que vem julgando e condenando muitos perpetradores de graves crimes cometidos no país africano. Esses tribunais ad doc funcionam. O TPI permanece apenas como uma figura retórica, mas que consome vultosos recursos.

JOSÉ CRETELLA NETO (São Paulo, SP)

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