O primeiro ano do governo Bolsonaro na educação básica pode ser vista como período de paralisia e de excesso de polêmicas. Ou de preparação para arrancada em 2020.
Essas análises divergentes estão presentes no episódio desta semana do podcast Folha na Sala, que entrevistou o secretário de Educação Básica do MEC, Jânio Carlos Endo Macedo, e o repórter da Folha Paulo Saldaña, que cobre educação na sucursal de Brasília.
Segundo o secretário, o governo tem focado em três pilares desde o início da gestão: alfabetização, educação infantil e formação de professores, além de um foco nos anos finais do ensino fundamental, buscando melhorar os resultados do Brasil no Pisa.
Programas para melhorias nessa área estão em construção, para começarem a efetivamente funcionar no ano que vem, disse Macedo. “Precisamos fazer algo para que essas crianças permaneçam na escola. A maior defasagem se dá em função da região, Norte e Nordeste principalmente, se a criança é pobre ou rica, ou em função de raça e cor. Precisamos trabalhar para reduzir essa distorção social."
O repórter Paulo Saldaña comenta que o comportamento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, dado a verborragia e guerra ideológica, compromete os trabalhos do MEC. Saldaña disse que o ministério também não tem apresentado os programas com clareza e gerado dúvida no setor.
“Há um diagnóstico de que há uma dificuldade do MEC em consolidar as políticas públicas. Aliada a uma escassez de recurso e uma crise, em que o Ministério teve pouco protagonismo em conseguir mais recursos, se tem uma certa paralisia. Há um certo pessimismo em relação ao que o governo pode fazer e, ao mesmo tempo, isso aumenta muito a pressão aos estados e municípios”, comenta.
O Folha na Sala é um a parceria da Folha com o Itaú Social. O programa é apresentado pelos jornalistas Fábio Takahashi e Ricardo Ampudia.
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