Após meses de pressão, o governo Bolsonaro entregou em setembro um projeto de reforma administrativa ao Congresso. A proposta, que mexe em uma série de normas no serviço público, pode economizar até R$ 450 bilhões em dez anos. Mas o Judiciário, um dos setores que mais acumula salários e extras, ficou de fora.
No ano passado, o Brasil gastou cerca de 1,5% do PIB com o Poder Judiciário —mais de R$ 100 bilhões. Países ricos como EUA, Inglaterra e França gastam apenas 0,15% do seu produto interno bruto. Muitos dos ganhos de juízes vem dos chamados penduricalhos, que fazem com que os pagamentos ultrapassem o teto constitucional de R$ 39,2 mil. São adicionais como auxílio moradia, alimentação, saúde, indenização de férias e gratificações por cargos ocupados.
O Deltafolha, núcleo de jornalismo de dados, fez um levantamento com quase 900 mil contracheques de magistrados e descobriu que os juízes brasileiros tem 36% dos ganhos compostos por esses extras. O episódio desta segunda (19) do Café da Manhã falou com o repórter Fábio Fabrini.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.
Ouça o episódio:
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores, Maurício Meireles e Bruno Boghossian, com produção de Jéssica Maes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
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