Na música "Menina da Colina", do grupo Fundo de Quintal, é possível ouvir bem a virada tocada no repique de mão, um instrumento de percussão que não existia antes do grupo ícone da história do samba ser formado.
Ele foi criado pelo Ubirany, que fazia parte do grupo e morreu no ano passado, de Covid-19, aos 80 anos. Hoje, o repique é um elemento comum nas rodas de samba no Brasil todo —e, na verdade, é só uma das inovações trazidas pelo Fundo de Quintal ao samba e à música brasileira.
O grupo completa 45 anos de sua fundação neste ano e celebrou a data com um show gratuito no Rio de Janeiro, que vai dar origem a um novo DVD. Além disso, 2021 marca os 60 anos do Cacique de Ramos, um dos blocos mais tradicionais do Carnaval carioca e berço do Fundo de Quintal.
O Expresso Ilustrada desta semana retoma a criação do Cacique de Ramos e conta como as rodas de samba do bloco deram origem ao Fundo de Quintal. O episódio também explica como o grupo transformou a estética do samba.
Para isso, participam do Expresso Ilustrada o mestre do pandeiro Bira Presidente, Sereno, inventor do tantã, instrumento que substituiu o surdo como responsável pelos graves nas rodas de samba do Cacique de Ramos, e Junior Itaguay, que toca banjo e canta no Fundo de Quintal.
"De onde saíram os maiores nomes da música popular brasileira até hoje? Do Cacique de Ramos. Qual é o bloco conhecido no mundo todo? Cacique de Ramos. De onde saiu o Zeca, Jorge Aragão, Emílio Santiago, Neguinho da Beija-Flor, Luiz Carlos da Vila, João Nogueira, Beth Carvalho e Neguinho da Beija-Flor? É muita gente", diz Bira.
O episódio também retoma entrevistas antigas de Ubirany para entender a criação do repique de mão e de Beth Carvalho sobre a influência do Cacique de Ramos em sua carreira.
Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição desta semana é de Natália Silva, e o roteiro é de Lucas Brêda, que também apresenta o programa com Carolina Moraes.
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