Desde os anos 1970, o terapeuta e artista Lula Wanderley faz adaptações dos "Objetos Relacionais", de Lygia Clark, para realizar a "Estruturação do Self", terapia também criada por ela, que ficou consagrada como uma das maiores artistas brasileiras do século 20.
"Ouso dizer que o percurso de Lygia foi a procura de um público", diz Wanderley, fundador do Espaço Aberto ao Tempo, um Centro de Atenção Psicossocial, também conhecido como Caps, da Prefeitura do Rio de Janeiro. Para ele, foram as pessoas da periferia e com transtornos psíquicos que ele atende no Engenho de Dentro que mais entenderam a proposta de Clark.
Numa visita recente ao espaço, a repórter Carolina Moraes, da Ilustrada, entrevistou Wanderley e viu de perto como funcionam as sessões da "Estruturação do Self", nas quais elementos como conchas do mar, almofadas feitas de areia, água e pedrinhas servem de ferramentas para a terapia.
O método foi desenvolvido por Clark quando ela passou a negar seu título de artista e se aproximar da terapia, numa série de experiências que até hoje são estudadas.
O Expresso Ilustrada desta semana explica a migração de Lygia Clark, das artes plásticas à terapia, seu legado e como a encruzilhada entre arte e loucura é vista nos dias de hoje dentro e fora do Brasil.
Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que também assinam o roteiro.
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