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26/04/2012 - 19h20

Câmara de Curitiba repassa verba publicitária a vereadores

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ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

A Câmara Municipal de Curitiba repassou parte de sua verba publicitária a agências de publicidade vinculadas aos vereadores.

O dinheiro era repassado a programas de rádio e de TV comandados pelos próprios políticos, para fazer a publicidade institucional da Casa, que consumiu R$ 34 milhões nos últimos cinco anos.

O fato foi divulgado pelo jornal "Gazeta do Povo", na edição desta quinta-feira.

Notas obtidas pelo jornal mostram que pelo menos R$ 345 mil foram pagos pela Câmara a empresas mantidas por funcionários ou parentes de cinco vereadores --todos radialistas ou apresentadores de televisão.

Dois deles reconheceram usar as verbas para manter seus próprios programas. Os outros negam.

O vereador Algaci Túlio (PMDB), que mantém programa de rádio diário em emissora AM, disse à Folha que recebeu o dinheiro para veicular "noticiário geral da Câmara", como a ordem do dia e temas das sessões.

"Era uma transação comercial normal. Havia uma agência de publicidade contratada para isso", afirma.

Ele diz que a prática "não é de hoje" e que recebeu as verbas por três anos, mas que rompeu o contrato em maio do ano passado.

O ex-vereador Luís Ernesto (PSDB), também radialista, disse em entrevista à "Gazeta do Povo" que "todos os vereadores que faziam programas de rádio recebiam dinheiro". A agência que intermediava o contrato pertence a sua mulher.

Outros dois vereadores --Roberto Hinça (PSD) e Mário Celso Cunha (PSB), atualmente secretário estadual da Copa-- negam que seus programas de rádio e TV tenham recebido dinheiro da Câmara. Disseram que não tinham conhecimento de que seus funcionários receberam verbas da Casa.

Um quinto vereador, Valdenir Dias (PMN), cujo mandato se encerrou em 2008, não foi localizado pela reportagem da Folha.

O Ministério Público do Paraná informou que irá investigar as denúncias, e que já tem inquérito aberto sobre os contratos de publicidade da Casa. Os contratos também são alvos de fiscalização especial do Tribunal de Contas do Estado, cujo relatório deve ser concluído em junho.

O vereador João Cláudio Derosso (PSDB), que era o presidente da Câmara na época em que os contratos foram firmados, já afirmou que tudo foi feito de maneira "transparente e coletiva", e que as contas da Casa foram aprovadas sem ressalvas pelos vereadores e pelo TCE.

 

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