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Aécio rebate ministro da Saúde sobre 'prioridade' ao PT em BH
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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
Em ato de campanha do ex-ministro Patrus Ananias (PT), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, no último sábado (11), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que seu correligionário terá, se eleito, "prioridade" para tomar recursos no ministério que comanda.
A declaração do petista Padilha causou reação do senador Aécio Neves (PSDB), que apoia a tentativa de reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB). O tucano disse nesta segunda-feira (13) ser "patética" a declaração, que, segundo afirmou, se assemelha a métodos usados na ditadura militar.
No ato da campanha de Patrus, do qual participou também o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Padilha disse que sua pasta criou programa para reformar unidades básicas de saúde e que os recursos estão disponíveis desde 2011.
"E acredito que Patrus, assim que assumir, vai ter grande prioridade de pegar esses recursos para reformar todas as unidades básicas de saúde que ficam nos bairros", acrescentou o ministro.
EXPLICAÇÃO
Em nota, o Ministério da Saúde negou o uso de critérios partidários na distribuição de recursos. Afirmou que o ministro Padilha citou a expressão "prioridade" para informar "que o candidato Patrus Ananias daria prioridade às reformas das Unidades Básicas de Saúde, buscando recursos já disponíveis no Ministério da Saúde para todos os municípios, e independentemente do partido político de seu prefeito".
"Em nenhum momento o ministro afirmou, durante sua passagem por Belo Horizonte, no último sábado, que privilegiaria as cidades governadas por partidos aliados", diz a nota do ministério, que cita a "postura e comportamento republicanos do governo da presidenta Dilma Rousseff".
DESRESPEITO
Ao aparecer no evento de campanha de Lacerda, Aécio reagiu, sem que ninguém o questionasse sobre a fala de Padilha. E repetiu o que dissera, para que Lacerda ouvisse o que acabara de dizer aos jornalistas.
"Considero patética a participação do ministro da Saúde em Belo Horizonte. É um desrespeito à capital de Minas Gerais. Ele afirma que o candidato do seu partido terá prioridade na liberação dos recursos do Ministério da Saúde, se vencer as eleições. Isso é discurso da ditadura", reagiu Aécio.
"A ditadura durante 20 anos impediu que os brasileiros elegessem seus governadores e prefeitos de capitais exatamente para defender esse alinhamento automático", disse o senador.
O tucano, contudo, disse ter "certeza que essa não é a posição da Presidência da República", acrescentando que o governo federal sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve posição "republicana" com ele, quando governou Minas (2003-2010), e que essa atitude se repete agora na relação da presidente Dilma Rousseff com o governador Antonio Anastasia (PSDB).
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