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24/08/2012 - 07h00

Revisor e relator combinam encurtar voto sobre mensalão

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VERA MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Após a sessão de ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, informou ao revisor, Ricardo Lewandowski, que ele terá direito à tréplica depois que o relator Joaquim Barbosa fizer considerações sobre seu voto, na segunda.

Além disso, Lewandowski e Barbosa, que têm trocado farpas, ensaiaram um pacto para "encurtar os votos" nos próximos itens a serem analisados pela corte.

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O gesto contemporizador de Britto e a tentativa de acordo entre relator e revisor foram fruto de uma conversa entre os três ministros protagonistas do julgamento no Salão Branco, contíguo ao plenário, às 18h30 de ontem.

A reportagem da Folha presenciou integralmente a improvisada reunião.

"Esse trio aqui sempre foi amigo. Somos amigos desde que chegamos aqui", disse Lewandowski, abraçando, de um lado, Barbosa e, de outro, o presidente do Supremo.

O momento de confraternização e de tentativa de acordo de procedimentos durou cerca de 15 minutos.

Ainda vestidos em suas togas, os ministros tentavam dissipar desentendimento que ocorrera no encerramento da sessão em que Lewandowski votou pela absolvição de João Paulo Cunha, Marcos Valério e seus sócios --que Barbosa havia condenado.

"Podem ter certeza de que o nosso baú de mágoas e ressentimentos tem um fundo aberto", disse Britto.

Foi ele quem tomou a iniciativa de procurar Lewandowski para anunciar que lhe daria a palavra após a réplica do relator. "Vim procurá-lo para tranquilizá-lo. Ele [Barbosa] fala, você fala e fica tudo bem", disse Britto.

Barbosa, em tom também de trégua, pediu a Lewandowski: "Mas, por favor, vamos encurtar esses votos".

"Se você encurtar o seu eu encurto o meu, sem problemas", respondeu o revisor.

Com a paz restabelecida, saíram juntos rumo ao elevador que leva aos gabinetes.

 

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