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29/08/2012 - 07h00

Dono de empresa confirma versão de petista

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JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

O jornalista Anselmo Freitas, sócio da empresa que o deputado federal João Paulo Cunha (PT) diz ter contratado para fazer pesquisa com os R$ 50 mil que recebeu do valerioduto, confirmou ontem a versão do petista.

João Paulo, hoje candidato a prefeito de Osasco (SP), sustenta que o dinheiro, sacado do Banco Rural em Brasília por sua mulher, foi repassado pelo PT e usado para pagar a pesquisa, em 2003.

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A pesquisa teria sido realizada pela Datavale, uma empresa que Freitas mantém com um sócio em Guaratinguetá, interior de São Paulo.

Anteontem, a ministra do STF Rosa Weber, ao votar pela condenação de João Paulo, levantou suspeitas sobre as notas fiscais apresentadas pelo deputado federal.

As notas, com número sequencial (151, 152 e 153), têm datas de 10 e 30 de setembro e 19 de novembro de 2003, lapso de tempo que seria incomum para documentos fiscais. Além disso, não houve eleições naquele ano.

Freitas disse ontem em entrevista à Folha que acompanhou o voto da ministra pela TV e concordou, em parte, com as dúvidas levantadas.

"Acho que é estranho [as datas das notas] mesmo, mas sou empresa pequena e tiro pouca nota fiscal. Mas são notas fiscais com imposto pago, tudo. Pode causar estranheza, mas nem os procuradores nem o relator do processo entraram nisso aí", disse.

O jornalista frisou que as pesquisas ocorreram. "Eu não sei se ainda tenho, mas eu tinha os questionários. E, ontem, uma pessoa que trabalhou na época com a gente ligou para o meu sócio e falou que, se precisasse de testemunhas, estaria à disposição", disse Freitas.

Segundo ele, a empresa já trabalhava para João Paulo e políticos da região de Campinas. No caso de João Paulo, a Datavale, sustenta Freitas, fez levantamentos sobre a viabilidade de nomes do PT para a eleição do ano seguinte.

Freitas saiu em defesa do candidato. "Ele poderia alegar qualquer coisa, que tivesse gasto com outras coisas, poderia ter outras notas."

O jornalista afirmou que, na ocasião do escândalo, o deputado telefonou para a empresa. "Ele ligou para a gente e disse que iria falar que o dinheiro foi para a gente. A gente se ferrou muito por isso, perdeu muito cliente, mas eu não poderia falar que não tínhamos trabalhado."

 

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