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13/11/2012 - 19h14

Judiciário é mal remunerado, diz Ayres Britto

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DO VALOR

Em sua última sessão na Presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o ministro Carlos Ayres Britto afirmou que o Judiciário é um Poder mal remunerado. Ao completar 70 anos no próximo dia 18, Ayres Britto se aposenta no STF (Supremo Tribunal Federal), do qual também é presidente.

"No Judiciário é inconcebível o desmando e, no entanto, ele não é tratado na altura de sua dignidade remuneratória", disse o ministro.

Sergio Lima - 6.set.12/Folhapress
O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, durante sessão de julgamento do mensalão
O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, durante sessão de julgamento do mensalão

Para ele, as comparações com os salários de juízes de outros países são indevidas, "pois nos Estados Unidos, por exemplo, é possível adquirir carros e computadores por preços muito menores, que chegam a um terço do que se paga no Brasil". Ele enfatizou ainda que Brasília é uma cidade cara.

Enquanto o ministro falava, servidores do Judiciário promoviam um buzinaço em volta do Supremo Tribunal Federal (STF), um protesto por aumento de salários.

"É chegada a hora de o CNJ zelar pela autonomia do Judiciário. Ela é do mais largo espectro. É administrativa, orçamentária, remuneratória", afirmou Britto.

Segundo o ministro, o Judiciário é o Poder mais cobrado, mais exigido e o menos perdoado quando comete desvios. "E deve ser assim. É um Poder garantidor e fiador da Constituição".

Britto ressaltou ainda que o Judiciário tem a coragem de vetar comportamentos antijurídicos e chancelar os retilíneos. Ele não se referiu a um processo específico, como o mensalão, que está em curso, mas enfatizou que o STF confirmou a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e da Resolução nº 135 do CNJ, que permite ao órgão fazer correições em tribunais no país.

"O STF é uma casa de fazer destino e vem mudando a cultura desse país com a soberania da coragem", apontou o ministro. "Nós temos a coragem de enterrar ideias mortas", continuou, citando a decisão que autorizou as pesquisas com células-tronco, o fim da Lei de Imprensa, a autorização da Marcha da Maconha e o fim do nepotismo nos tribunais. "Hoje, não se pode mais separar o Judiciário do CNJ" , concluiu.

 

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