Orlando Silva diz que vai pedir ressarcimento se gastos com cartão forem regulares
O ministro Orlando Silva (Esportes) disse nesta terça-feira que vai pedir ressarcimento aos cofres públicos dos recursos devolvidos por ele à União para compensar despesas irregulares realizadas com cartão corporativo, caso fique comprovado que as movimentações foram legais. O ministro devolveu R$ 30.870,38 ao Tesouro Nacional, com recursos tirados de sua poupança, para ressarcir eventuais despesas pessoais que tenha realizado com o cartão desde que assumiu o ministério, em maio de 2006.
"Eu tomei uma decisão pessoal de recolher aos cofres públicos os gastos dos cartões. Eu solicitei auditoria e me reservo o direito de ser ressarcido ao final da auditoria do governo", afirmou. Silva disse acreditar que a auditoria do governo federal vai comprovar que o dinheiro devolvido por ele aos cofres públicos é maior que os gastos pessoais realizados com os cartões --como a compra de uma tapioca de R$ 8,30.
Depois de prestar depoimento nesta terça-feira por quase duas horas na CPI dos Cartões Corporativos, Silva disse que a oposição "cumpre o seu papel" quando critica o governo federal. O ministro evitou responder à provocação do deputado Vic Pires (DEM-PA), que pediu que Silva "mande o governo para o raio que o parta" depois de aprovar o seu depoimento à CPI.
O depoimento do ministro rendeu elogios da oposição, que se mostrou sensível aos argumentos apresentados por ele para a compra de uma tapioca e o pagamento de despesas de sua família em um hotel do Rio de Janeiro com cartões corporativos.
Críticas
O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), criticou a mobilização de partidos de oposição para criar uma nova comissão no Senado que vai investigar irregularidades do governo com cartões corporativos. "É desperdício do dinheiro público. É só fazer o levantamento de gastos de duas CPIs simultaneamente que vamos encontrar mais recursos empregados do que eventuais irregularidades em gastos com cartões corporativos", disse Sérgio.
Na opinião do relator, a CPI mista (com deputados e senadores) não encerrou suas atividades ao negar a convocação de autoridades e a quebra de sigilos de gastos da Presidência da República com os cartões.
"Os que estão reclamando que não têm o que fazer deveriam ser debruçar no material que foi enviado para o arquivo da CPI. O que não é sigiloso é mais de 99% do que foi gasto pelo governo", afirmou Sérgio.
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