Ex-ministro Eliseu Padilha é investigado por favorecer empreiteiras
O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS) é suspeito de participar de um suposto esquema de fraudes em licitações de obras de saneamento no interior do Estado. A investigação, que corre em segredo de Justiça, foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A suspeita de fraude recai sobre obras de saneamento executadas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Sapucaia do Sul (RS) e com recursos da Corporação Andina de Fomento em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
Também estão sendo investigados o deputado federal José Otávio Germano (PP), o presidente da Assembléia Legislativa do RS, Alceu Moreira, e o secretário estadual de Habitação Marco Alba --ambos peemedebistas e ligados a Padilha, que foi ministro dos Transportes durante o governo FHC.
Citando partes do inquérito, ao qual teve acesso, o jornal "Zero Hora" afirmou ontem que Padilha "teria recebido vultosa importância como retribuição ao apoio emprestado ao êxito dos trabalhos visando fraudar licitações".
Segundo o jornal, em um diálogo telefônico interceptado, o deputado cobra o pagamento integral da suposta propina.
A empreiteira suspeita de favorecimento é a MAC Engenharia, que pertence ao empresário Marco Antônio Camino.
A investigação começou em 2007 na Procuradoria de Canoas. Padilha e Germano só passaram a ser investigados no mês passado, após a Procuradoria Geral da República obter autorização do ministro do STF Marco Aurélio Mello.
Outro lado
Procurado, Padilha afirmou, através de sua assessoria, que não se manifestaria sobre o assunto. José Otávio Germano disse que não tem relação com fraudes em licitações.
Segundo ele, só passou a ser investigado após ter atendido um telefonema do dono da MAC Engenharia para tratar de questão relacionada a uma usina hidrelétrica.
Alceu Moreira também nega envolvimento com a suposta fraude. Através de assessoria, ele declarou que uma comissão de deputados foi montada para acompanhar a investigação. A MAC Engenharia informou que só vai se manifestar quando foi citada judicialmente.
A Folha não conseguiu localizar o secretário Marco Alba ontem. Em ocasiões anteriores, ele já havia negado participação no suposto esquema.
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