Dilma chora ao lembrar de exilados em cerimônia de concessão do Galeão
Durante evento no aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff se emocionou nesta quarta-feira (2) ao lembrar do retorno dos exilados da ditadura (1964-1985).
Dilma participou na manhã de hoje da cerimônia de concessão do terminal do aeroporto Tom Jobim. O discurso acontece na semana em que o golpe militar completa 50 anos.
"[Esse evento] nessa semana é de fato uma homenagem aos exilados nesse aeroporto que tem o nome de um grande poeta que fez a música 'Samba do avião'", disse a presidente chorando após narrar um trecho da canção e afirmar que "um exilado não volta para o Brasil, ele pousa.."
"Desculpem a emoção, mas de fato eu tenho certeza que as almas cantaram [ao ver o Rio]", acrescentou. "O Rio é um lugar de certa forma mítico em relação ao Brasil e tem esse símbolo para o país que conquistou a democracia", afirmou.
Ricardo Moraes/Reuters | ||
Dilma chora ao lembrar de exilados em cerimônia de concessão do Galeão, no Rio |
CONCESSÃO
Formado pelas empresas Odebrecht Transport e pela operadora do aeroporto de Cingapura, a Changi Airports International, que juntas detêm 51%, e a Infraero (estatal que administra outros aeroportos do país), com os 49% restantes, a concessionária Aeroporto Rio de Janeiro passa a ser responsável pela administração do Galeão nos próximos 25 anos, a partir de hoje.
"Nossa expectativa em relação ao Galeão é bastante concreta. Eu acredito que a gente não tem que desbancar o aeroporto de Cingapura, considerado um dos melhores do mundo, mas empatar com ele", disse a presidente, que admitiu que o Galeão precisa de mais investimentos.
De acordo com Dilma, o número de passageiros no Galeão subiu de 9 milhões para 17 milhões, entre 2006 e 2013 –um crescimento de 10% ao ano. "Daí vem a pressão de oferta de maior qualidade e sabemos que que é preciso fazer muito mais por isso", disse.
Durante a cerimônia de concessão, houve um protesto em frente ao aeroporto contra o acordo. Contudo, os manifestantes ficaram no local apenas por alguns instantes.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o contrato exige que a concessionária construa 26 pontes de embarque e amplie o pátio de aeronaves até 30 de abril de 2016; construa estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos até o fim de 2015; e adeque as instalações para o armazenamento de carga até os Jogos Olímpicos de 2016.
Apesar da concessão, continua a cargo da Infraero a conclusão das obras que já estão em licitação, já foram contratadas e estão em andamento. Assim, cabe à empresa pública, entre outras ações, ampliar o terminal de aviação geral, reformar e ampliar o Terminal 1 de Passageiros, a pista de pouso e o pátio de aeronaves.
OBRAS INACABADAS
Ao circular pelo aeroporto internacional do Rio é possível ver escadas rolantes enguiçadas, elevadores que não funcionam, esteiras quebradas e obras inacabadas tampadas por tapumes. Esses problemas não devem ser completamente solucionados para a Copa do Mundo.
A nova concessionária, a Aeroporto Rio de Janeiro, que assinou nesta quarta o contrato de concessão com a Anac, só assumirá o Galeão definitivamente em agosto. Até lá, a gestão será compartilhada com a Infraero, com a estatal à frente das operações.
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