Para 65% dos eleitores, inflação vai aumentar, diz pesquisa
Pesquisa Datafolha mostra que a avaliação do governo Dilma Rousseff caiu cinco pontos desde o fim de fevereiro e praticamente se igualou ao marcante patamar de junho de 2013, o pior de seu mandato, apurado imediatamente após a grande explosão de protestos de rua pelo país.
Hoje não há enormes passeatas exigindo redução de tarifas no transporte, fim da violência policial e "padrão Fifa" nos serviços de saúde e educação. Mas 25% afirmam que a gestão Dilma é ruim ou péssima, o mesmo índice de junho do ano passado.
Já a avaliação positiva agora é de 36%, apenas seis pontos melhor que a apurada na fase do auge dos protestos. Desta vez, o declínio da aprovação de Dilma parece ter mais relação com a forte deterioração das expectativas relacionados à economia.
O dado que mais chama a atenção é o da inflação. Para 65%, ela deverá aumentar no próximo período. Um novo recorde. Com oscilações, essa taxa vem subindo desde dezembro de 2012, quando 44% tinham essa opinião.
Em comparação com a pesquisa de fevereiro, o pessimismo econômico também cresceu em relação ao poder de compra dos salários, à situação econômica geral do país e em relação ao emprego, o que sempre foi considerado o principal esteio da popularidade dilmista.
Embora mais de 50% da população afirme não ter medo de perder o emprego, para 45% o desemprego vai piorar, taxa recorde de pessimismo nesse assunto desde a posse da petista, em janeiro de 2011.
Apesar de tudo, o tema economia ainda está longe de ser visto como o principal problema do Brasil na atualidade. Saúde continua sendo a campeã das preocupações, com 34% de citações, 11 pontos a menos que o apurado no início de fevereiro. Em seguida, com 20%, vem segurança. E com 13%, corrupção.
A avaliação do governo Dilma varia bastante conforme a região do país e a renda do entrevistado. Seus melhores resultados estão no Nordeste, com 51% de aprovação, e entre os que têm até dois salários mínimos de renda familiar, com 42%.
No Sudeste, só 28% a aprovam. E entre os mais ricos (mais de dez salários), 49% acham o governo ruim ou péssimo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
PROTESTOS
O retorno da popularidade de Dilma ao patamar parecido com o de junho de 2013 coincide com um aumento da aprovação aos protestos de rua em geral.
Desde o início da série, a aprovação aos protestos sempre foi maior que a desaprovação. Mas estava em queda e atingiu sua taxa mais baixa em fevereiro (52%), logo após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, no Rio, atingido por um rojão disparado por um manifestante.
Agora, o Datafolha mostra que o total de pessoas a favor de protestos subiu para 57%. No governo há o temor da volta de grandes manifestações durante a Copa do Mundo de futebol. Protestos contra o mundial têm sido registrados frequentemente nas grandes cidades.
O Datafolha ouviu 2.637 pessoas em 162 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.
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