Senador tucano denuncia assessor que hostilizou Joaquim Barbosa
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) protocolou nesta sexta-feira (11) uma denúncia na Câmara dos Deputados contra o assessor da deputada Érika Kokay (PT-DF), Rodrigo "Pilha" Grassi Cademartori, por ele ter divulgado um vídeo em que ele e duas amigas hostilizam o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, na saída de um bar, em Brasília.
Aos gritos de "tucano" e "projeto de ditador", os petistas seguiram o ministro no momento em que ele saía do bar Frederic Chopin, na região central da capital federal na última sexta-feira (4), e era escoltado por seguranças até o carro.
Os manifestantes colocaram na internet pelo menos três vídeos em que eles aparecem hostilizando Barbosa. Eles também gritam "Dirceu, guerreiro do povo brasileiro", em referência ao ex-ministro José Dirceu, condenado pelo STF no processo do mensalão.
Assista ao vídeo em tablets e celulares
Para o senador, o assessor praticou os crimes de calúnia, difamação, injúria, além de ferir o código do servidor público, ao não "manter conduta compatível com a moralidade administrativa" e "ferir a dignidade, o decoro e o zelo" para com a sociedade dentro ou fora do local de trabalho.
Em nota divulgada pela assessoria do senador, Aloysio Nunes afirma que, em geral, é difícil punir servidores em casos semelhantes porque eles não têm relação de causa e efeito com o trabalho, mas como Grassi é assessor de uma deputada petista além de ser filiado ao partido, o senador afirma que esses fatores o levaram a insultar Barbosa.
"No caso presente, trata-se de um assessor público, responsável pela figura de consultoria e assessoria a parlamentar a membro do partido atingido pelos escândalos que culminaram com a condenação e que levaram à incitação das palavras de ordem pelo ora denunciado", afirma Aloysio Nunes.
Na denúncia, o senador pede a abertura de apuração de responsabilidade, que pode levar a abertura de um processo disciplinar contra o assessor. Se for considerado culpado, ele pode ser exonerado das funções e pode até responder criminalmente caso os crimes sejam comprovados.
Rodrigo Pilha, como é identificado em sua página no Facebook, tem o cargo de secretário parlamentar desde fevereiro de 2011 e recebe um salário de cerca de R$ 4.800.
Na tarde desta sexta-feira, Barbosa disse ter encarado o protesto com "naturalidade". "Eu nem notei, quando fui notar estava dentro do carro. [Foi] quando eu vi que eram três, quatro pessoas se manifestando. O Brasil é uma democracia, faz parte das liberdades", disse Barbosa, que teve compromisso em Salvador.
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