Sindicalistas buscam apoio de pré-candidatos a propostas no Congresso
Com shows de artistas famosos, sorteios e presença de políticos, as principais centrais sindicais do país querem aproveitar os festejos do 1º de Maio para vincular os pré-candidatos à Presidência às propostas de interesse dos trabalhadores que tramitam no Congresso Nacional.
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) devem comparecer à principal festa da Força Sindical, em São Paulo. A presidente Dilma Rousseff fez pronunciamento na quarta-feira (30) na TV.
As principais bandeiras trabalhistas são a política de valorização do salário mínimo, a redução da jornada sem impacto no salário e o fim do fator previdenciário, fórmula que reduz os valores das aposentadorias.
Os sindicalistas sabem que, via de regra, os políticos são mais sensíveis a reivindicações em ano de eleição.
O aumento da insegurança em relação à economia, porém, é um empecilho –expectativa crescente de inflação e anos seguidos de baixo crescimento podem inibir promessas mais ousadas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
SALÁRIO MÍNIMO
Na terça, o deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP), ligado à Força Sindical e apoiador de Aécio, disse ter recebido aval do tucano para apresentar um projeto de lei que mantém até 2019 o atual sistema de valorização do salário mínimo.
Pela regra, criada pelo ex-presidente Lula e transformada em lei por Dilma, a correção é feita pela inflação mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás, modelo que tem garantido aumentos reais mesmo com a economia fraca.
Duas semanas atrás, porém, o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central já escalado para coordenar o programa de governo de Aécio na área, fez declaração no sentido oposto.
Em entrevista a "O Estado de S. Paulo", Fraga fez uma avaliação pessimista da economia e sugeriu que a atual política de correção do mínimo precisa ser interrompida. "O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos."
Dilma disse ontem na TV que vai "continuar com a política de valorização do salário mínimo". Já Campos, que tem falado na necessidade de um "choque de responsabilidade" para recuperar a confiança do mercado no governo, demonstrou ser contra a correção automática.
Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Dieese (entidade que trabalha para várias centrais), o projeto de interesse dos trabalhadores com maior chance de ser aprovado hoje é o que extingue o fator previdenciário.
A fórmula que reduz o valor da aposentadoria em até 35% foi criada por FHC em 1999, com apoio de Aécio, então presidente da Câmara. Anos atrás, Lula propôs uma flexibilização, que foi rejeitada.
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